Milão, Itália, 15 abr (Lusa) – Um jovem casal do Porto decidiu criar uma marca própria de mobiliário e em apenas três anos conquistou o mercado internacional com encomendas que vão das suites do Ritz às salas vip de prestigiadas lojas de diamantes de Nova Iorque.
O estilo da Fertini, linha exclusiva de mobiliário criada por Joana Tinoco e Carlos Fernandes, chamou a atenção do dono da cadeia Diamond, com mais de 120 lojas nos Estados Unidos, nomeadamente em Nova Iorque, que quer cadeirões portugueses para receber os clientes mais importantes.
“O dono da Diamond esteve esta semana aqui e todos os cadeirões vão ser feitos por nós para a zona vip que tem em cada uma das lojas para atender os clientes especiais”, contaram à Lusa Joana Tinoco e Carlos Fernandes, em Milão, Itália, onde já fizeram “vários negócios” no Salão Internacional do Móvel, o iSaloni.
A fábrica da Fertini está instalada em Santa Cruz do Bispo e é lá que ganham forma os móveis de traços modernos pensados e desenhados por Joana Tinoco, 34 anos, enquanto que Carlos Fernandes, 35 anos, se ocupa mais das contas.
E há mais uma encomenda na carteira com uma gama de aparadores selecionada para as suites do Ritz Carlton que vai abrir em Monterreal, Canadá, depois de o arquiteto os ter visto numa feira do setor e ter decidido incluir a peça na decoração.
“São trabalhos fantásticos porque nos dão imenso currículo e nome”, segundo Carla Tinoco, que faz questão de esclarecer que não procuraram os mercados internacionais, onde vendem 95 do que produzem, por causa da crise portuguesa.
Classificam a sua marca de luxo e por isso entendem que têm de estar junto dos mercados desta gama em que se lançaram, começando por participar nas feiras que são a montra do setor com apoios como da Associação das Indústrias da Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) e financiados por programas comunitários.
Os principais mercados com que já trabalham são Angola, Índia, Arábia Saudita, Dubai, Canadá, Inglaterra e França.
A faturação anual ronda o milhão de euros, “ainda é pouco”, observa Carlos Fernandes, ressalvando, contudo, que o investimento inicial já foi realizado e que a empresa está a crescer.
“Temos vendido bem”, reiterou, e prova do crescimento é que começaram pelo design num espaço junto à Exponor, no Porto, avançaram para o fabrico e preparam-se para introduzir também a parte dos acabamentos.
Joana Tinoco acredita que a expansão internacional da empresa também tem funcionado a favor do mercado nacional português e aponta o exemplo do grupo Sana, que vai construir nove hotéis nos próximos anos, alguns em Portugal com mobiliário Fertini.
Garantem que “foi relativamente fácil implantarem-se no mercado porque os clientes aderiram bem às peças” que negoceiam apenas com profissionais do ramo como decoradores, arquitetos ou lojas, sem venda direta ao público.