31 de julho de 2011

Motivo 10 : Ovos Moles de Aveiro


A fórmula deste famoso doce deve-se às freiras dos vários conventos existentes em Aveiro até ao século XIX – as religiosas usavam a clara de ovos para passar a ferro os hábitos. As gemas, para não serem desperdiçadas, eram usadas como base para o doce.

Motivo 9 : Sanjo


Os ténis de São João da Madeira surgiram em 1920 e marcaram várias gerações de portugueses, até aos anos 80, altura em que declarou falência. A Fersado comprou a patente e agora os famosos Sanjo estão de volta.

30 de julho de 2011

Motivo 8 : UMM


A União Metalo-Mecânica foi fundada em 1977 para fabricar jipes. O primeiro modelo produzido foi o 4x4 em 1978. O mais famoso UMM, o Alter, foi lançado em 1986.

Motivo 7 : Revigrés


A linha Light, um produto em porcelânico técnico, com metade da espessura e metade do peso do material convencional, foi criado nos laboratórios de Investigação e Desenvolvimento da Revigrés. Esta colecção já foi premiada com o Troféu “Alfa de Oro”, atribuído pela Sociedade Espanhola de Cerâmica e Vidro. Foi a primeira vez que uma empresa estrangeira o ganhou.

29 de julho de 2011

Tecnologia: Portuguesa ROFF vence prémio internacional na área da Inovação


Lisboa, 29 jul (Lusa) - A empresa portuguesa ROFF, integradora de sistemas de informação de gestão empresarial SAP em Portugal, foi distinguida com um prémio nos European Business Awards 2011, que distinguem empresas europeias na área de inovação.

De acordo com informações dadas à agência Lusa pela empresa, a ROFF recebeu o prémio "Ruban d’Honneur" na categoria de "Employer of the Year" (Empregador do ano).

Em 2010, os 100 vencedores dos European Business Awards, diz a ROFF, "representavam um volume de negócios conjunto de mais de 766 mil milhões de euros e empregavam mais de 3,5 milhões de pessoas" na Europa.

Dez empresas europeias receberam distinções de "Employer of the Year", e todas irão comparecer em setembro, em Londres, perante um júri "composto por influentes personalidades da comunidade europeia, incluindo académicos, chefes de Estado, empresários e analistas". Um grande prémio será atribuído na ocasião a uma das dez nomeadas.

A ROFF é uma empresa composta por capitais 100 por cento portugueses e tem escritórios em Lisboa, Porto, Covilhã, Luanda, Paris e Estocolmo.

Literatura: A lusofonia "é um mundo em expansão" - José Eduardo Agualusa

Monção, 29 jul (Lusa) – O escritor angolano José Eduardo Agualusa afirmou hoje, em Monção, que a lusofonia “é um mundo em expansão”, devido ao crescente trânsito de pessoas e de ideias entre os países que falam língua portuguesa.

“Nunca houve na história um trânsito tão grande de pessoas e de ideias entre os países que falam português”, sublinhou à Lusa aquele escritor.

José Eduardo Agualusa referia-se ao número “crescente” de emigrantes entre os vários países da lusofonia e às facilidades de comunicação abertas pelas novas tecnologias, concretamente a Internet.

“Tudo isto está a gerar fenómenos novos de encontro de cultura e novas expressões culturais e a expandir e dar mais força à lusofonia”, acentuou.

José Eduardo Agualusa falava em Monção, onde participa no I Encontro dos Escritores da Lusofonia, que decorre até domingo, no Palácio da Brejoeira.

Além da reflexão sobre a realidade da lusofonia, este encontro, que conta com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), inclui também concertos, recitais de poesia, teatro, lançamento de livros e excursões.

Estão presentes convidados de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné e ainda da Galiza.

Motivo 6 : Felipe Oliveira Baptista

É desde Setembro de 2010 o director criativo da Lacoste e apresenta dentro de dois meses a primeira colecção da marca do crocodilo com a sua assinatura. É o primeiro português a dirigir uma grande casa de moda

Motivo 5 : António Damásio

Neuro-cientista especialista na área da ciência cognitiva, os seus trabalhos têm sido fundamentais para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória. O seu primeiro livro, O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro, foi eleito um dos livros do ano pelo New York Times.

28 de julho de 2011

Motivo 4 : Egas Moniz

 
Ganhou o Nobel da Medicina em 1949, graças ao desenvolvimento da lobotomia. Foi uma referência mundial no campo da neurologia.

Motivo 3 : Nuno Delgado

Deu a primeira medalha olímpica para Portugal na disciplina de judo, ao alcançar o terceiro lugar nos Jogos Olímpicos de Sidney em 2000.

27 de julho de 2011

Motivo 2 : José Saramago

Venceu em 1998 o Nobel da Literatura. A obra que o lançou para a fama foi Memorial do Convento e viu o seu Ensaio sobre a Cegueira ser adaptado ao cinema por Fernando Meirelles.

Motivo 1 : Papel preto da Renova

O primeiro papel higiénico preto do mundo foi lançado em 2005, depois de uma ideia do presidente da empresa. Já foram vendidos mais de três milhões de rolos pretos. EUA, Japão, Rússia e Austrália são dos principais consumidores.

1.000 coisas que valem a pena em Portugal !

A redacção da Notícias Magazine compilou 1.000 coisas que valem a pena em Portugal.

Esta lista foi feita a propósito da Edição Mil da revista, publicada pelo Diário de Notícias e Jornal de Notícias.

Foram escolhidos só serviços, pessoas e projectos que tenham reconhecimento internacional.

Não é uma lista completa, como é evidente. Por isso, a redacção da Notícias Magazine vai esperar pelas contribuições dos leitores para a completarem, no projecto “Made in Portugal”, do Diário de Notícias, que irá lançar, em breve, um processo de participação dos leitores através do qual podem mandar sugestões de motivos de orgulho nacional.

A lista completa consta AQUI.
Mas todos os dias serão publicados neste blogue 2 motivos para orgulho nacional, para nos lembrarmos que nem tudo é mau, para que todos, saibamos, que existem muitos talentos e espiritos inovadores.

15 de julho de 2011

Língua: O português pode dar emprego "noutros lugares do mundo" – Instituto Camões

Lisboa, 15 jul (Lusa) – A língua portuguesa “está a explodir em muitas regiões do mundo”, abrindo “perspetivas de emprego”, se não em Portugal, “noutros lugares do mundo”, afirma a presidente do Instituto Camões (IC).

Ana Paula Laborinho fez estas declarações à Lusa, à margem do colóquio internacional “Percursos, trilhos e margens: receção e crítica das Literaturas Africanas em Língua Portuguesa”, que termina hoje, no pólo de Lisboa do Centro de Estudos Sociais (CES), onde deixou um “apelo aos mais jovens” para aderirem às “formações em língua portuguesa”.

É preciso “agarrar” a oportunidade de a língua portuguesa estar “a explodir em muitas regiões do mundo”, defende. Após “um enorme decréscimo dos estudos nestes domínios”, há agora “perspetivas de emprego” nesta área, embora em Portugal não haja “tantos lugares”, frisa.

Assegurando que esta será uma aposta do IC, Ana Paula Laborinho reconhece, porém, que o dinheiro para o fazer “nunca é muito”. Já no campo das políticas, acredita que não haja grandes alterações com o novo Executivo PSD-CDS/PP, que manteve no Programa do Governo, assinala, a promoção da língua portuguesa, nomeadamente como ativo económico.

A responsável pelo IC considera que as literaturas estão atualmente num “ponto crítico”. “O espaço que era ocupado pelas literaturas há uns anos tem vindo a perder-se e isso é uma constatação em muitos países europeus”, nomeadamente “ao nível curricular”, concretiza.

A predominância das áreas técnicas “tem levado a uma fragilização das Humanidades” a nível “global”, refere. “São atualmente áreas menos escolhidas”, mas Ana Paula Laborinho, ela própria professora de Literatura, acredita que esta “crise das Humanidades” tem os dias contados.

“Acredito profundamente que momentos de crise como aqueles que vivemos fazem retomar o lugar das Humanidades, porque cada vez há mais apelos a que se pense, a que haja uma reflexão, a que se possa pensar o futuro a partir do passado”, explica. “Uma sociedade globalmente em crise precisa de se pensar e as Humanidades são esse espaço de pensamento”, sustenta.

Nos Estados Unidos, exemplifica, “já se começa a perceber que mesmo para as organizações técnicas as formações em Humanidades são mais-valias, pela sua visão transversal”, porque as organizações não sobreviverão “sem massa crítica” e “só com uma perspetiva estritamente técnica”.

O colóquio internacional sobre as literaturas africanas de língua portuguesa começou na quinta-feira e termina hoje, tendo proposto uma reflexão a académicos, editores (Caminho, Afrontamento e D. Quixote) e representantes de instituições culturais envolvidos na produção e divulgação das literaturas africanas de língua portuguesa.

Entre os escritores presentes no colóquio estão a angolana Ana Paula Tavares e a guineense Odete Semedo. O escritor angolano José Luandino Vieira cancelou a sua vinda à última hora, por motivos de saúde.

13 de julho de 2011

Chorale "Alma Lusa" : rendez-vous le samedi 17 septembre 201

Rendez-vous le samedi 17 septembre, salle Vasco de Gama, de 21 à 23h !

Venez nombreux, petits et grands, jeunes et plus aussi jeunes, portugais, français, enfants de tous pays !

Et essayons de nous y retrouver un peu avant 21h, pour que cette répétition démarre et finisse à l'heure, car il ne faut pas oublier que notre ami Aurélien Danielo, chef de choeur, devra encore faire 100 km pour rentrer à Rennes !

Inscriptions sur www.facebook.com/portugalnantes ou par mail@cnnan.dgaccp.pt

12 de julho de 2011

Arquitetura: Português concebe projeto de pista em Taiwan

Macau, China, 12 jul (Lusa) – O arquiteto português Carlos Couto está a conceber o projeto de uma pista de corridas de Fórmula 3 e carros de turismo para Taiwan, que deverá estar concluída até finais de 2012 e pretende atrair provas internacionais.

Este é o primeiro projeto de Couto em Taiwan e é da responsabilidade de uma empresa privada de empreendimentos da ilha, que “já tem associado um parque de diversões”, disse à Agência Lusa o arquiteto, confessando que o estimula particularmente por ser pai do piloto português de carros de turismo André Couto.

“Tenho alguma experiência nesta área porque acompanhei sempre a carreira do André, sei quais os pontos bons e maus de uma pista”, salientou, ao garantir que a pista que está a desenhar “vai ser muito rápida”, com “vários pontos de ultrapassagem”, permitindo que a “emoção seja levada sempre até à última curva”.

O projeto do arquiteto português radicado em Macau vai nascer no centro de Taiwan e será a segunda pista de corridas de carros na ilha, além da que já existe no sul, e que, segundo Carlos Couto, tem recebido queixas dos pilotos locais pela falta de emoção que imprime às corridas.

“Este projeto inclui também uma unidade hoteleira e tem uma pista de karts no meio da grande pista”, adiantou, recordando que esta é também a sua segunda pista de karts, após ter participado na elaboração da que existe em Macau.

Ao constatar que o promotor do projeto “tem como objetivo levar para Taiwan corridas internacionais”, Carlos Couto disse que se “chegou a pensar em desenvolver uma pista para a Fórmula 1”, mas o facto de se necessitar de um terreno muito maior, que não estava disponível, levou ao abandono da ideia.

“A Fórmula 1 só tem um evento por ano e os custos que envolve são enormíssimos. É mais uma prova de promoção de um país do que propriamente um apoio a um desporto local”, sublinhou.

Ao referir a boa reação de alguns pilotos aquando da apresentação da primeira versão do projeto, Couto garantiu que, “como apoio ao desporto regional e local”, a pista que está a desenvolver “vai servir perfeitamente e vai cumprir o seu papel”.

O arquiteto não quis adiantar o montante envolvido, por estar “ainda a ser discutido”, mas adiantou que o promotor está “com muita pressa” e a pista deverá estar concluída no próximo ano e meio.

Carlos Couto está também envolvido no projeto das estações do Metro Ligeiro de Macau e noutros no continente chinês que surgiram depois do Pavilhão de Portugal para a Expo 2010, em Xangai, disse à Lusa.

Em Shunde, perto de Macau, está a criar “um hotel diferente baseado no conceito de ‘villas’ do Banyan Tree ou Amanpuri, mas aplicado em altura, com cada quarto a apresentar uma piscina privativa”, que vai avançar “em breve”.

Em Linyi, a norte de Xangai, o arquiteto está a trabalhar num complexo com habitação e um hotel com várias ‘villas’ associadas e tem a possibilidade de vir a ter um projeto na área do urbanismo na ilha da Montanha, adjacente a Macau, que Pequim quer transformar num destino turístico internacional e num centro de tecnologia.

Emigração: Fluxo português continua marcante no Luxemburgo e na Suíça – OCDE

Bruxelas, 12 jul (Lusa) – Os portugueses continuam a marcar os fluxos migratórios para o Luxemburgo e a Suíça, segundo um estudo hoje apresentado em Bruxelas.

 
Portugal é a origem de cerca de 11 por cento dos imigrantes na Suíça ao longo da última década, um fluxo confirmado pelos dados relativos a 2009, à frente dos imigrantes provenientes da França e Itália para o país helvético.

Portugal, à frente da França e da Bélgica, é o primeiro país de origem dos imigrantes no Luxemburgo (mais de 25 por cento dos estrangeiros entrados no país), segundo dados de 2009 que são sensivelmente iguais ao fluxo considerado entre 2000 e 2008.

O novo “outlook" das tendências migratórias, com dados relativos a 2009 e uma análise dos fluxos e estatísticas durante a década anterior, foi divulgado hoje em Bruxelas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).

Em relação aos setores de atividade, o estudo assinala que a saída de portugueses para países do Espaço Económico Europeu se faz em empresas do setor da construção (cerca de metade, secundando apenas a Estónia) e do setor de manufaturas e energia (a um nível equivalente), sendo residual o fluxo migratório enquadrado em empresas de serviços.

“Estónia, Portugal, Malta, Islândia e a República Checa têm tendência para estar (presentes) na construção”, segundo a mesma análise de fluxos por setor de atividade feita pela OCDE.

Segundo a organização, Portugal faz parte do grupo de países com “um grande número de trabalhadores enviados” para o estrangeiro, a par da Polónia, Alemanha, França e Luxemburgo.

“Ao mesmo tempo, países de destino significativos são a Alemanha, a França, Bélgica, Holanda e Espanha”, acrescenta o relatório.

Em relação aos fluxos para Portugal, o relatório da OCDE regista um aumento significativo de imigrantes permanentes no país entre 2004 e 2009 e assinala a emergência dos estrangeiros provenientes dos países do Leste europeu, mas também da China, entre as novas comunidades residentes.

O estudo recorda que Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia, abriu completamente o seu espaço à livre circulação de trabalhadores búlgaros e romenos em janeiro de 2009.

A OCDE constata também um aumento significativo do desemprego de longa duração (até 11 meses e mesmo de 12 a 24 meses) entre os trabalhadores de origem estrangeira.

O documento sublinha ainda que Portugal se distingue claramente como um dos países que, em rácio de população total, recebe menos pedidos de asilo, juntamente com a Coreia do Sul, o Japão e a Estónia no espaço da OCDE.

Artesanato: Município avança com centro interpretativo e candidatura dos Tapetes de Arraiolos a Património Imaterial

Arraiolos, Évora, 12 jul (Lusa) - O município alentejano de Arraiolos já iniciou as obras do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, num investimento superior a 1,5 milhões de euros, e está a preparar uma candidatura da tapeçaria local a Património Imaterial da Humanidade.

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Câmara de Arraiolos, Jerónimo Lóios, adiantou hoje que a autarquia vai começar a “fazer as diligências necessárias e a preparar um dossier” para candidatar o genuíno Tapete de Arraiolos a Património Imaterial da Humanidade.

O Tapete de Arraiolos é “um património cultural mundialmente conhecido” que “já justifica e merece ser reconhecido como Património Imaterial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)”, disse o autarca alentejano.

Já o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos, cujas obras começaram no início deste mês, envolve um investimento superior a 1,5 milhões de euros, comparticipados por fundos comunitários, através do programa InAlentejo.

Para o presidente da autarquia, o novo espaço museológico, a instalar no edifício do antigo posto da GNR, em pleno centro histórico de Arraiolos, é “um projeto estruturante para o concelho”, que pretende “valorizar e salvaguardar o Tapete de Arraiolos”.

O centro vai apresentar a história do tapete e mostrar as “diversas fases de produção, desde a tosquia até ao produto final”, além de contar também com “demonstrações ao vivo”, para que “os visitantes possam ver como se faz o autêntico Tapete de Arraiolos”, revelou.

 
Enquanto decorrem as obras, que deverão durar no máximo dois anos, o município vai "pressionar as autoridades" para que seja concluído o processo de certificação do Tapete de Arraiolos, com a implementação da lei 7/2002.

 
“Há uma lei que foi aprovada em 2002 pela Assembleia da República que ainda não está regulamentada”, lamentou Jerónimo Lóios, adiantando que, nos próximos dias, o município vai solicitar uma audiência ao novo Governo para discutir o assunto.

 
“Queremos passos concretos para defender o Tapete de Arraiolos das falsificações e da concorrência desleal, que se acentua cada vez mais e que vem prejudicando os nossos tapetes, a economia local e nacional”, advertiu o autarca alentejano.

 
Do Tapete de Arraiolos, bordado a lã sobre tela, conhecem-se referências já desde os finais do século XVI (1598), com origem na vila alentejana com o mesmo nome, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I.

Segundo investigações históricas, as famílias ali fixadas encontraram abundantes rebanhos de boa lã e diversidade de plantas indispensáveis ao tingimento e fabrico das telas onde são manufaturados os tapetes, empregando a técnica do ponto cruzado oblíquo, denominada “Bordado de Arraiolos”.

 
Os Tapetes de Arraiolos, uma das expressões mais genuínas do artesanato regional português, constituem a grande atração turística e são ainda uma das principais atividades económicas do concelho alentejano.

5 de julho de 2011

Lido no Público : "Guerra Civil": Um filme imperdível


Impossibilitado de uma estreia comercial, "Guerra Civil", de Pedro Caldas, um dos melhores filmes portugueses de todas as gerações, é hoje exibido na Cinemateca Portuguesa.

"Guerra Civil", de Pedro Caldas, Melhor Longa Metragem Portuguesa do IndieLisboa 2010, é a primeira longa de um realizador com larga presença no cinema português (director de som nos anos 80 e 90 e autor de várias curtas recentes). "Gostava cada vez menos dos filmes em que trabalhava ou via. Escrevi argumentos, mas apenas agora recebi o apoio para realizar uma longa", diz-nos Caldas.

A época do filme é a década de 1980, no Verão de um país desfasado entre as expectativas e as desilusões das suas diferentes gerações. Para o realizador, "muito do filme é feito contra o cinema português dessa época e a sua perda, mas também sobre o que se passa agora. Perdeu-se o punk, a liberdade estética e política: é o início do mundo de hoje, em que os valores económicos predominam". Mas o filme vive, sobretudo, pelo comovente retrato das suas personagens: um jovem e solitário rapaz fechado na escuridão da sua imaginação (Francisco Bélard, candidato a melhor Ian Curtis do cinema), o encontro com uma rapariga que reflecte a luz e o calor da estação (Maria Leite, encarnando o brilho da inocência de vida no cinema), e uma geração adulta frustrada no falhanço das suas relações. "Interessava-me fazer um filme sobre várias solidões", explica Caldas. "O Rui [Francisco Bélard] não vê nenhum futuro à sua frente, é um punk tardio. A única personagem que sente a alegria de um futuro é Joana [Maria Leite]. A mãe tem medo de envelhecer, mas quer provar a si própria que ainda é mulher [uma tocante Catarina Wall]."

A sensibilidade do filme passa por um olhar sobre a vida potenciado pelas possibilidades do cinema: uma inovadora montagem que garante um olhar, sem julgamentos, sobre os desejos e falhas de cada um. "Achei justo montar pontos de vista diferentes para nos aproximarmos mais das personagens, dando-lhes o tempo de uma personagem principal", refere Caldas. A solidão de cada um é vista por uma montagem paralela dos mesmos dias de cada personagem, oferecendo uma ponte emocional para a presente (e eterna) forma de vida do país. "Hoje, vemos desencanto nas relações e pouca vontade de viver. Os portugueses tornam-se mais fechados com os problemas, sentem uma falta de alegria de viver que me choca", diz-nos Caldas. Contudo, "Guerra Civil" brilha pelo mais tocante dos sentimentos em cinema: a alegria de filmar. "É um dos maiores prazeres da vida", diz-nos Caldas, "mas, para a maior parte das pessoas com quem trabalhei antes, era um sofrimento. Fiz este filme também contra isso".

"Guerra Civil" remete-nos para um luminoso e desaparecido cinema português - o de "Uma Rapariga no Verão" (1986), de Vítor Gonçalves, obra nunca estreada e na qual Caldas trabalhou. "Guerra Civil" depara-se também com dificuldades em estrear, pairando, assim, a reclusão do cinema dessa época sobre o filme. A sua banda sonora, forte elemento da narrativa (Orange Juice, Joy Division), é o entrave da sua estreia, fazendo desta exibição (hoje, 21h30) uma ocasião especial para ver o filme.

"Só faz sentido fazer cinema para mostrar às pessoas. E, para o filme não morrer, é preciso exibi-lo", diz o realizador. João Figueiras, o seu produtor, refere que "o filme não pode passar nas salas, excepto nas condições especiais da Cinemateca, por uma questão burocrática: a versão original tem um impedimento nas autorizações de duas músicas. Não é uma questão financeira mas de não-autorização da Sociedade Portuguesa de Autores", diz-nos. "Estamos em contacto directo com o autor e aguardamos uma resposta a qualquer momento. Se se resolver, o filme vai para as salas, pois há interesse para que isso aconteça." O retrato emocional de um país, sedento de cinema, raramente terá encontrado tão sensível forma como em "Guerra Civil". A sua aguardada estreia será a nossa comoção.

Ciência: Investigadora portuguesa recebe prémio mundial por projeto para minimizar efeitos da hemofilia


Lisboa, 05 jul (Lusa) – Uma investigadora portuguesa foi a única europeia entre os cinco cientistas distinguidos este ano com um prémio internacional pelo seu projeto para minimizar as dificuldades dos hemofílicos em estancar derrames de sangue.

“É uma honra enorme”, disse Vanessa Oliveira à Lusa, reagindo ao anúncio do prémio feito hoje e que lhe concede 170 mil euros para desenvolver em Portugal o seu projeto de investigação nos próximos dois anos, através do galardão Early Career Bayer Hemophilia Award.

Se atingir os seus objetivos, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas com hemofilia – doença que se carateriza pela dificuldade em estancar hemorragias sanguíneas – o projeto vai ainda permitir poupar verbas consideráveis ao Serviço Nacional de Saúde, já que os atuais tratamentos, apesar de pouco eficazes, “são caríssimos”, disse a cientista à Lusa.

Licenciada em bioquímica em Portugal, Vanessa Oliveira, 36 anos, doutorou-se em Imunologia no Reino Unido, tendo prosseguido o seu trabalho nessa área em Portugal, agora como bolseira de pós-doutoramento do Instituto de Medicina Molecular, onde vai desenvolver a sua investigação.

O projeto da investigadora propõe-se conseguir reunir as condições para que o organismo dos hemofílicos deixe de rejeitar a proteína Fator VIII que lhes é administrada, por não ser produzida pelo seu organismo, ao contrário do que sucede com as pessoas sem a deficiência.

Como o organismo dos hemofílicos desconhece aquela proteína, reage negativamente à sua administração, criando mecanismos e produzindo substâncias para a anular, explicou a cientista.

A sua investigação destina-se a criar proteínas e um ambiente favorável que diminuam a rejeição ao Fator VIII, aumentando a sua eficácia e melhorando a qualidade de vida dos hemofílicos.

Estimativas da Associação Portuguesa de Hemofilia apontam para a existência de mais de 700 pessoas afetadas pela doença no país.

Língua Portuguesa: Instituto Camões e universidade Sorbonne Nouvelle criam cátedra Solange Parvaux

Lisboa, 05 jul (Lusa) - O Instituto Camões e a Universidade Sorbonne Nouvelle assinaram hoje, em Paris, um protocolo para a criação da cátedra Solange Parvaux, uma homenagem à professora francesa que se notabilizou na defesa do ensino do português em França.

O protocolo foi assinado na embaixada de Portugal em Paris e, segundo noticia o IC na sua página Internet, vem trazer "uma nova dimensão à colaboração" entre as duas instituições, reforçando uma parceria com mais de 80 anos.

"Recorde-se que o primeiro leitorado português na Sorbonne foi criado em 1930, datando, no entanto, de 1919 o início do ensino da língua portuguesa nesta prestigiada universidade francesa", acrescenta o texto.

Solange Parvaux, que morreu em dezembro de 2007, foi inspetora-geral do ensino francês, responsável pelo português, e distinguiu-se pela sua luta pela implantação da língua portuguesa no sistema de ensino francês, refere o IC, sublinhando que a professora universitária trabalhou "sempre em estreita colaboração com as instituições portuguesas".

Foi uma das fundadoras da Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros, de África e Ásia Lusófona (ADEPBA) de que foi presidente.

Autora de vários manuais escolares, como o “Vocabulário português – Portugal e Brasil”, a professora francesa manifestou sempre grande interesse pelas culturas de expressão portuguesa.

Solange Parvaux iniciou a sua carreira de professora na Universidade de Argel, tendo ido depois para Paris, para lecionar na Universidade de Paris III – Sorbonne Nouvelle.

Cinema: "Mistérios de Lisboa" na lista de dez nomeados ao prémio LUX atribuído pelo Parlamento Europeu

Lisboa, 04 jul (Lusa) - O filme “Mistérios de Lisboa” é um dos dez nomeados da edição deste ano do prémio LUX, atribuído pelo Parlamento Europeu e cujo vencedor será conhecido em novembro.

De acordo com um comunicado hoje divulgado pela produtora de cinema Clap Filmes, o filme de Raul Ruiz “é a única longa-metragem portuguesa a integrar o lote de 10 nomeados para a edição deste ano do galardão europeu”.

A lista de nomeados, divulgada durante o Festival Internacional de Karlovy Vary (República Checa), inclui, entre outros,“Essential Killing – Matar Para Viver”, de Jerzy Skolimowski, “Pina”, de Wim Wenders e “Habemus Papam”, de Nanni Moretti.

A lista de dez nomeados será posteriormente reduzida a três filmes, que serão projetados no Parlamento Europeu em outubro e novembro. A cerimónia de entrega do prémio decorre em Estrasburgo, a 16 de novembro.

O Prémio LUX do Parlamento Europeu foi criado, em 2007, para distinguir filmes sobre a identidade e a diversidade cultural na Europa.

O filme vencedor recebe apoio financeiro para a sua legendagem nas 23 línguas oficiais da União Europeia, a distribuição no espaço europeu e a adaptação da versão original para pessoas com deficiência visual e auditiva.

O filme "Belle Toujours", de Manoel de Oliveira, foi um dos três candidatos ao Prémio Lux em 2007. "Belle Toujours" disputou o prémio com "4 Meses, 3 Semanas e 2 dias", do romeno Cristian Mungiu, Palma d´Ouro no Festival de Cannes de 2007, e "Auf der Anderen Seite", do cineasta alemão de origem turca Fatih Akin, que venceu nesse ano.

1 de julho de 2011

Literatura: Inéditos de Fernando Pessoa para cinema vão ser publicados

Lisboa, 01 jul (Lusa) – Sob o rótulo “Film Arguments”, Fernando Pessoa deixou escritos e datilografados argumentos cinematográficos em três línguas que só agora serão publicados em Portugal, bem como planos para criar uma produtora de cinema, a Ecce Film, e o respetivo logótipo.

Com edição, introdução e tradução de Patricio Ferrari e Claudia J. Fischer, todos esses textos de Pessoa diretamente relacionados com cinema, inéditos em Portugal, foram pela primeira vez reunidos num volume intitulado “Argumentos para Filmes”, que chega a 08 de julho às livrarias, no âmbito da coleção “Obras de Fernando Pessoa”, coordenada por Jerónimo Pizarro e publicada pela Ática, chancela da Babel.

Aí se podem encontrar seis argumentos cinematográficos incompletos da autoria de Fernando Pessoa, “quase certamente escritos ainda na época do cinema mudo”, indicam os autores da obra no prefácio.

Quatro dos argumentos, “todos datáveis da década de 1920”, foram escritos em inglês – um deles com diálogos em português –, com indicações como “Nota para um ‘thriller’ disparatado. Ou para um filme” ou “Meio plano para peça ou filme.”

Os outros dois, “de data posterior a 1917” e redigidos em francês, já foram publicados, sim, mas apenas em França, em 2007, num pequeno opúsculo da Pléiade, juntamente com a tradução francesa de dois dos argumentos ingleses, e terão agora a respetiva tradução em português.

À Lusa, Claudia J. Fischer, professora e investigadora do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, disse que embora tais argumentos cinematográficos não tenham até agora sido transcritos e traduzidos para português, presume que “já houvesse há algum tempo conhecimento da sua existência no espólio” de Fernando Pessoa (1888-1935).

“É espantoso” que tais textos não tenham ainda sido divulgados em Portugal, tendo em conta o grande número de estudiosos da obra do poeta que já teve acesso à sua famosa arca de papéis, observou a coautora deste livro, acrescentando que “além destes, há ainda outros textos que nunca foram publicados, contrariamente à ideia que existe de que tudo do Fernando Pessoa já está publicado”.

“Provavelmente, nunca foram levados muito a sério, porque são fragmentados, não são muito completos. Nunca chegou, ele próprio, a avançar com uma proposta de publicação, porque não teriam ainda a sua forma definitiva. Penso que será por isso”, sustentou.

O que Claudia J. Fischer e Patricio Ferrari acharam “particularmente fascinante” nestes argumentos ou planos para argumentos de filmes foi o facto de eles refutarem a tese de que Fernando Pessoa não se interessava por cinema, uma tese que até agora vigorava e era defendida em várias obras, incluindo o “Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português”, um volume publicado em 2008, com quase 600 artigos da autoria de 90 especialistas portugueses e estrangeiros, centrado na obra do poeta e nos traços culturais do seu tempo.

Essa tese tinha como fundamento excertos de alguns poemas de Álvaro de Campos, textos e correspondência de Pessoa em que este expressava uma quase aversão à sétima arte e que estão também incluídos neste livro “Argumentos para Filmes”, para melhor se entender o que afinal pensava o poeta sobre o cinema.

Nesses textos, “há várias referências ao cinema, muitas em tom um pouco depreciativo, mas porque está a referir-se ao cinema hollywoodiano, que considerava superficial – ou seja, há realmente um tratamento do tema do cinema, mas de um ponto de vista crítico”, apontou a investigadora.

Porém, como Pessoa “tinha a preocupação de ‘Fazer pela Vida’ – para citar o título do livro que Mega Ferreira escreveu sobre ele, em que ele apresenta vários projetos, patentes de máquinas, etc. –, como tinha a preocupação de rentabilizar algum produto seu, nós pensamos que estes argumentos, especialmente os ingleses, provavelmente tinham o intuito de ser comercializados no mercado anglófono – e não no português – e por isso é que estão em inglês”, referiu.

“São ‘thrillers’, às vezes lembram um bocadinho comédias de costumes, são sempre brincadeiras em torno de trocas de identidade, o que é muito interessante também para uma poética do Pessoa, toda a questão da identidade está muito iminente. São textos fragmentários, curtinhos, mas podem completar imensamente uma imagem do perfil que tem sido construído de Fernando Pessoa”, defendeu.

Outro dos capítulos do livro é dedicado aos projetos do poeta relacionados com o cinema: em 1919/1920, queria criar uma empresa que se chamaria Cosmopolis e, mais tarde, o Grémio de Cultura Portuguesa, “que eram uma espécie de agências de propaganda nacional” – explicou a professora universitária –, cuja ação passaria necessariamente pelo cinema, que Pessoa descreveu, nos seus planos, como “uma das maiores armas de propaganda que se pode imaginar” e que pretendia usar “para divulgar Portugal no mundo”.

É no âmbito destes dois projetos que tem a ideia – “que passou muito despercebida” – de criar uma produtora cinematográfica, a Ecce Film, sublinhou.

“O logótipo, completamente inédito, que nós reproduzimos no livro é invenção do Fernando Pessoa, incluindo o aspeto gráfico. Ele ensaiou vários logótipos para esta Ecce Film e imaginou já o papel timbrado e os envelopes com uma morada – que nós desconhecíamos se existia e que fomos procurar”, descreveu.

A morada era ‘Rua de S. Bento, números 333 e 335’ e os dois investigadores descobriram que aí existira um estúdio de cinema que era utilizado por importantes produtoras de filmes da época.

O que se conclui, frisou Claudia J. Fischer, e é essa a grande novidade deste livro, é que “Fernando Pessoa estava a par do que se passava no setor cinematográfico em Lisboa, interessava-se por isso e chegou mesmo a projetar qualquer atividade sua ligada ao cinema, fosse produção ou fosse divulgação”.

Population portugaise résidant dans la zone consulaire : nouveaux chiffres

Comme je l'avais indiqué début avril, la modernisation des services consulaires du Portugal à Nantes, l'informatisation et l'utilisation d'un logiciel destiné à enregistrer les données des ressortissants portugais, permettent qu'aujourd'hui il soit possible de travailler certains de ces chiffres. J'ai décidé de faire le point de la situation tous les trimestres et de porter ces résultats à la connaissance de tous.

Voici donc les chiffres arrêtés fin juin 2011, concernant les districts portugais de naissance ou pays en % (source SGC - Sistema de Gestão Consular)

  • Viana do Castelo : 3,3
  • Braga : 12,27
  • Vila Real : 6,61
  • Bragança : 2,19
  • Porto : 13,41
  • Aveiro : 5,77
  • Viseu : 3,16
  • Guarda : 1,86
  • Coimbra : 3,39
  • Leiria : 2,44
  • Castelo Branco : 2,41
  • Santarém : 1,47
  • Portalegre : 0,22
  • Lisboa : 4,55
  • Setúbal : 1,03
  • Evora : 0,56
  • Beja : 0,69
  • Faro : 0,89
  • Madère : 2
  • Açores : 0,03
  • France : 31,75

1 de Julho de 2011 : Presidência polaca da UE