Lisboa, 23 mai (Lusa) - Quase 200 mil eleitores emigrantes estão já a votar por correspondência para as eleições legislativas de 05 de junho nos círculos da Europa e Fora da Europa, onde estão em disputa quatro lugares de deputado.
Nas eleições legislativas, os eleitores residentes no estrangeiro votam por correspondência e a administração eleitoral portuguesa apelou para que os votos sejam enviados "o mais urgente possível", para prevenir atrasos dos serviços de correio, nomeadamente em países como a Venezuela ou o Brasil.
Fonte da Direção-geral da Administração Interna (DGAI) disse à Agência Lusa que para as eleições de 05 de junho foram enviados, entre 5 e 11 de maio, 8.763 boletins de voto para África, 103.410 para as Américas, 7.880 para a Ásia e Oceânia e 75.076 para a Europa.
Segundo a mesma fonte, desde 16 de maio que estão a ser recebidas em Lisboa cartas com os primeiros votos dos emigrantes.
Os votos só serão considerados válidos "se apresentarem prova de saída do país [de residência dos emigrantes] até ao dia 05 de junho (através do carimbo dos correios) e chegarem ao Centro de Apuramento de Lisboa até ao dia 15 de junho".
Além do boletim de voto, são enviados em carta registada um envelope branco endereçado aos serviços da DGAI, um subscrito verde para inserir o boletim e uma folha de instruções, devendo os eleitores remeter com o voto uma fotocópia do cartão de eleitor.
Nos círculos da emigração estão em disputa quatro assentos na Assembleia da República (dois pela Europa, dois por fora da Europa) e há mais de três décadas que apenas PSD e PS elegem deputados, com os social-democratas a garantirem tradicionalmente três dos quatro lugares disponíveis.
A exceção foram as legislativas de 1999, quando os socialistas ficaram com os dois mandatos da Europa e conseguiram eleger um deputado Fora da Europa.
Nas últimas eleições legislativas, o PSD elegeu dois deputados no círculo Fora da Europa e um na Europa, enquanto o PS conquistou um assento na Europa.
Na votação de 2009, a abstenção entre os emigrantes chegou aos 85 por cento, depois de em 2005 ter rondado os 76 por cento.
Às próximas eleições concorrem 13 listas candidatas pela Europa e 12 por fora da Europa.
Paulo Pisco (PS), Carlos Gonçalves (PSD), Isaias Afonso (CDS-PP), Cristina Semblano (BE) e Maria da Encarnação Galvão (CDU) são os cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar pela Europa.
Por Fora da Europa candidatam-se Carolina Almeida (PS), José Cesário (PSD), Augusto Cymbron (CDS-PP), Gustavo Behr (BE) e Maria Helena Cunha (CDU).