Nova Iorque, 14 mai (Lusa) – Cerca de 160 empresas portuguesas com produtos de design vão estar representadas num catálogo a distribuir internacionalmente, a partir de setembro, por ateliers de arquitetura, design e centrais de compras, disse à Lusa o promotor da iniciativa.
“Vamos entrar pela porta destas empresas com uma imagem moderna, de um país moderno, que tem tudo para competir com os gigantes do design internacional”, afirma Amândio Pereira, empresário e gestor responsável pela empresa de consultoria em marcas Portugal Brands.
Foram pré-selecionadas 227 empresas para fazer parte do catálogo, que estará disponível em papel e on-line, e Pereira espera agora ter uma “adesão de 70 por cento”.
O objetivo é distribuir o catálogo por “35 mil gabinetes de projeto e centrais de compras do mundo”, afirmou o empresário radicado nos Estados Unidos.
Esta é a “a indústria que aplica design todos os dias”, e pode assim ficar a conhecer melhor as soluções propostas por empresas portuguesas de mobiliário, decoração, cozinhas, entre outros produtos que incorporem design.
“Devagar, as empresas também estão conscientes de que é necessário uma imagem mais coesa e mais forte, e que em conjunto temos uma oferta altamente qualificada e competitiva, que torna mais fácil a vida dos designers, arquitetos e gestores de compras de todo o mundo”, disse à Lusa.
“Tenho muita confiança nos produtos que temos. Não tenho tanta confiança nas marcas, e por marca entendo conjunto da experiência, segurança, serviço. E tenho dificuldade ainda encontrar empresas que estão a investir sério neste patamar”, diz Pereira.
Para as empresas, a inclusão no catálogo implica um custo de cerca de 1.200 euros por uma página dupla.
Em separado da delegação da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário (AIMMP), a Portugal Brands participa com um pavilhão na edição deste ano na Feira Internacional de Mobiliário Contemporâneo (ICFF), evento central da semana do design em Nova Iorque, com seis empresas.
Algumas foram criadas pelo próprio empresário do Porto, como a Boca do Lobo (mobiliário), Delightful (iluminação), Koket (decoração).
Através de outro projeto, a Fundação do Design que está a criar no Porto pretende criar um “triângulo estratégico” que envolva indústria, universidades e designers, nomeadamente dando formação a cerca de 130 jovens, em design e marketing, através de estágios curricular ou profissional e workshops.
Amândio Pereira traça ainda como objetivo para este ano fazer parcerias na área do design com universidades portuguesas e internacionais, para receber 20 designers internacionais que “tragam outras culturas do design, misturando com os designers e marketeers nacionais e promovendo a perceção do que se passa no mundo”, afirma.
A Fundação tem ainda como objetivo criar a primeira capital de risco para novas empresas da área do design, para “acelerar o empreendedorismo entre os criativos”.
“Percebemos que [em Portugal] continuamos a desperdiçar muito talento todos os dias, a falta de oportunidades na indústria fazem os talentos escapar para outros sectores, o que é um sinal negativo, já que a indústria e as exportações portuguesas precisam desta criatividade para exportar com valor acrescentado”, defende.