Coimbra, 14 out (Lusa) – Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu um trabalho que abre perspetivas ao tratamento da artrite reumatoide, uma doença crónica que afeta um por cento da população mundial.
“Esta descoberta vem abrir novas possibilidades terapêuticas para a artrite reumatoide, doença que permanece, até à data, incurável”, refere uma nota de imprensa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, onde foi desenvolvida a investigação.
Em modelos de experimentação animal os investigadores verificaram que a neutralização de um tipo específico de células “do sistema imune, os linfócitos T CD8+ (um tipo de glóbulos brancos) melhora a inflamação crónica na artrite reumatoide”.
“Os ratinhos sujeitos a este novo tratamento apresentaram melhorias significativas na inflamação das articulações uma semana após a administração de anticorpos que bloqueiam as células T CD8+”, acrescenta.
A investigação já está centrada na análise de amostras de células colhidas de doentes, e no desenho de um fármaco que possa tratar a doença, revelou à agência Lusa a coordenadora da investigação, Margarida Souto-Carneiro.
As células “T CD8+” são responsáveis pela erradicação dos vírus e em travar o avanço dos tumores, mas o que os investigadores pretendem perceber é “o que têm de especial aquelas que estão nas articulações dos doentes, e que as torna tão agressivas”.
Pretende-se assim encontrar marcadores específicos para se poder desenhar um fármaco que ataque a doença, explicou.
Segundo a investigadora, esta doença, mais frequente entre as mulheres, afectará cerca de meio milhão de pessoas na União Europeia.
Este estudo coordenado por Margarida Souto-Carneiro, e integralmente realizado por uma equipa de investigadores portugueses, foi apresentado este mês na “Arthritis & Rheumatism”, a mais cotada revista mundial de investigação experimental e clínica na área da reumatologia.