Lisboa, 10 nov (Lusa) – A qualificação para o Mundial 2015 é o “maior desafio da carreira” do novo selecionador português de râguebi, o neozelandês Errol Brain, que aceitou abandonar umas das maiores potências da modalidade para tentar fazer renascer os ‘Lobos’.
Aos 42 anos, Errol Brain trocou a sua terra natal da Nova Zelândia, umas das nações mais fortes do ‘planeta oval’, por Portugal, um país onde a modalidade ainda é composta por jogadores amadores.
“Sei que são amadores, mas a atitude tem sido muito profissional. Isso é o que é necessário. Se não acreditasse no apuramento de Portugal para o Mundial2015 (Inglaterra), não estaria aqui. É um desafio muito grande que vou ter pela frente, mas acredito que vamos conseguir”, afirmou Brain à agência Lusa.
O novo líder dos ‘Lobos’ explicou que aceitou o convite da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) por ser uma “oportunidade única” de treinar uma seleção, mas admitiu que sente alguma pressão em suceder ao técnico Tomaz Morais, que, durante os nove anos em que ocupou o cargo, venceu o Torneio Europeus da Nações (2004) e levou Portugal pela primeira a um Campeonato do Mundo (França 2007).
“Acredito que tenho a capacidade para fazer um bom trabalho. Sinto um pouco de pressão, claro, ele (Tomaz Morais) é uma pessoa fantástica e sei que tenho uma enorme responsabilidade pelo que aconteceu antes de mim. Ele tem dado muito apoio e a minha relação com ele é excelente”, revelou Errol Brain.
O antigo capitão dos ‘New Zealand Maori’, uma lendária equipa neozelandesa formada apenas por jogadores com sangue Maori, está em Lisboa desde o final de outubro e para já mostra-se “muito satisfeito” com o que encontrou na capital lusa.
“Tenho estado muito ocupado a tentar perceber como tudo funciona aqui e também a preparar já os três jogos internacionais que vamos ter. As condições de treino são boas, com bons relvados e temos tudo o que precisamos”, disse o técnico, confessando o desejo de aprender a falar português.
Brain, que mede 1,92 metros e pesa mais de 110 quilos, considerou que os jogadores portugueses são “fisicamente menos poderosos” do que o típico atleta neozelandês e que essa será uma área “a trabalhar na equipa”.
“Não podemos mudar a genética. Tenho consciência disso. Temos que apostar em tornar a equipa mais forte fisicamente, mas também devemos ter um estilo de jogo que seja o ideal para o tipo de jogadores que temos”, defendeu o treinador.
A estreia e o primeiro grande teste de Errol Brain, que assinou um contrato de três anos com a FPR, será no sábado frente ao Estados Unidos, naquele que será o primeiro de três jogos particulares que Portugal vai realizar em novembro.
“Vamos entrar em campo com um simples objetivo que é jogar râguebi. Temos que entrar em campo com uma atitude positiva e mostrar o nosso jogo. Claro que vamos fazer erros porque vamos colocar os jogadores em situações novas e em que não estão habituados”, concluiu.
Além da seleção norte-americana, os ‘Lobos’ vão também defrontar a Namíbia (20) e o Canadá (27), na sua habitual casa, o Estádio Universitário de Lisboa.