Lisboa, 22 nov (Lusa) – O escritor Gonçalo M. Tavares é o vencedor do Prémio do Melhor Livro Estrangeiro publicado em França em 2010, com o romance “Aprender a Rezar na Era da Técnica”, disse hoje à Lusa o seu editor, Zeferino Coelho.
Publicado em Portugal pela Caminho em 2007, o quarto romance da série “O Reino” (depois de “Um Homem: Klaus Klump”, “A Máquina de Joseph Walser” e “Jerusalém”), chegou este ano às livrarias francesas com o título “Apprendre à Prier à l’Ère de la Technique”, numa tradução de Dominique Nédellec, e foi também finalista de outros dois prestigiados prémios literários franceses: Femina e Médicis.
Criado em 1948 por Robert Carlier e pelo seu amigo André Bay, em torno de um grupo informal de editores, o Prix du Meilleur Livre Étranger foi um dos primeiros prémios a debruçar-se sobre os livros traduzidos em França e é encarado como uma espécie de “antecâmara do Nobel”.
Da já longa lista de premiados, constam nomes e obras que marcaram a história da literatura, como “O Homem sem Qualidades” (1958), de Robert Musil, “Cem Anos de Solidão” (1969), de Gabriel García Marquez, ou “Auto-da-fé” (1949), de Elias Canetti, e ainda Kawabata, Soljenitsyn, Guillermo Cabrera Infante, John Updike, Adolfo Bioy Casares, Mario Vargas Llosa, Günter Grass, Salman Rushdie, Ernesto Sabato, Orhan Pamuk, Philip Roth e António Lobo Antunes, o único português até agora distinguido.
É desde 2008 patrocinado pelo hotel parisiense Regency Madeleine, onde está hoje a decorrer a cerimónia de anúncio dos vencedores e entrega dos prémios, anualmente atribuídos em duas categorias: romance e ensaio.
Compõem o júri, além de André Bay, Daniel Arsand (responsável pela literatura estrangeira nas Éditions Phebus et Auteur), Manuel Carcassonne (diretor editorial das Éditions Grasset), Gérard de Cortanze (escritor e editor da Gallimard), Nathalie Crom (responsável pelas páginas de literatura da Telerama), Solange Fasquelle (escritora e membro do júri do Prémio Femina), Anne Freyer (editora de literatura estrangeira da Seuil) e Christine Jordis (escritora e editora da Gallimard e membro do júri do Prémio Femina).
Os restantes membros são Jean-Claude Lebrun (cronista no L’Humanité), Joseph Mace-Scaron (diretor do Magazine Littéraire e diretor-adjunto da Marianne), Ivan Nabokov (editor da Plon), Joel Schmidt (escritor) e Laurent Ebzant (diretor-geral do Hyatt Regency Paris-Madeleine).