11 de novembro de 2010

Cultura: Arquiteto Álvaro Siza Vieira vence 3.ª edição do Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura

Lisboa, 11 nov (Lusa) - O arquiteto Álvaro Siza Vieira é o vencedor do III Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído pelos Ministérios da Cultura de Portugal e Espanha, anunciaram simultaneamente em Lisboa e Madrid as ministras, Gabriela Canavilhas e Ángeles Gonzalález-Sinde.

Instituído pelos dois países em 2006, com periodicidade bienal, tem como finalidade distinguir um autor, pensador, criador ou intérprete vivo, ou ainda uma pessoa coletiva sem fins lucrativos.

A iniciativa visa premiar o contributo significativo para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento, segundo o regulamento.

No valor de 75 mil euros suportados pelos dois países, o prémio consiste ainda na atribuição de um troféu da autoria da artista plástica Fernanda Fragateiro.

O júri desta terceira edição do galardão é constituído, em representação de Portugal por Clara Ferreira Alves, jornalista e escritora, João de Melo, escritor, e Manuel Graça Dias, arquiteto.

Em representação de Espanha, integram o júri José Manuel Diego Carcedo, jornalista, Fuensanta Nieto, arquiteta e Pilar del Río, jornalista.

Na primeira edição, em 2006, o Prémio foi atribuído ao português José Bento, e em 2008 (segunda edição), o vencedor foi o espanhol Perfecto Cuadrado.

Álvaro Siza, que recebeu o Prémio Pritzker em 1992, o maior galardão mundial para a área, nasceu em Matosinhos, em 1933 e estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo sido influenciado numa primeira fase do seu trabalho pelos arquitetos Adolf Loos e Frank Lloyd Wright.

Há um ano, recebeu o título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos (OA) durante uma homenagem que decorreu em Lisboa no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Arquitetura.

Álvaro Siza Vieira recebeu também no ano passado a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura em reconhecimento da sua obra arquitetónica e actividade como cidadão, e foi homenageado no Reino Unido pela contribuição para a arquitetura internacional com a Medalha de Ouro Real.

Esta distinção atribuída pelo Instituto Real dos Arquitetos Britânicos em nome da rainha Isabel II é atribuída anualmente desde 1848, e distinguiu arquitetos de renome mundial como Le Corbusier (1953), Frank Gehry (2000) e Jean Nouvel (2001).

O Museu de Serralves, a Casa de Chá, as Piscinas de marés, a igreja de Marco de Canavezes, todos no distrito do Porto, o Pavilhão de Portugal da Expo 98, em Lisboa, e, mais recentemente, o museu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, no Brasil, são alguns dos projetos marcantes da carreira do arquiteto. Dirigiu a operação de recuperação do Chiado, após o incêndio de agosto de 1988.