Lisboa, 27 jun (Lusa) – O presidente do Turismo de Portugal prevê um verão “muito positivo” para o setor, que vai ser sustentado por um aumento de estrangeiros de férias no país e pelos preços “baixos” dos estabelecimentos hoteleiros por causa da crise.
“As perspetivas são muito positivas para o verão. O turismo este ano vai dar bons resultados quantitativos e resultados económicos igualmente bons, mas baseados em tarifas, em preços por quarto, que ainda não são os desejáveis”, afirmou em entrevista à Lusa Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal.
Os preços “deviam ser um pouco mais altos”, defendeu, mas ressalvando que as tarifas agora praticadas pelo setor são “para um período de recuperação”.
Em abril, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as dormidas de turistas estrangeiros aumentaram 25,5 por cento e as dos nacionais 6,4 por cento, o que se traduziu num aumento de 11 por cento nos proveitos registados no setor.
Estes aumentos são explicados por Luís Patrão pela melhoria da conjuntura económica internacional, nomeadamente na Europa, o que explica o aumento de turistas estrangeiros em Portugal, e até por algum desvio de turistas que antes iam para o Médio Oriente e África.
Mas o presidente do Turismo de Portugal considera que a principal razão para o crescimento do setor este ano é Portugal estar no mercado internacional com boa imagem de um país tranquilo, seguro e também com bom clima.
“Os turistas não se perturbam muito com a situação politica dos países para onde viagem, mas já se preocupam com as perturbações sociais, com distúrbios, greves ou manifestações”, afirmou Luís patrão.
Quanto ao turismo dos nacionais, Luís Patrão admite ter havido um “afrouxamento” por causa da crise económica que o país atravessa, com as famílias a terem menos dinheiros disponível para o lazer.
“Mas mesmo assim temos tido um crescimento, embora inferior ao de anos anteriores”, lembrou.
A generalidade dos indicadores de turismo nacionais registou crescimentos nos primeiros quatro meses do ano, segundo o INE, com destaque para as dormidas - 9,5 milhões nos primeiros quatro meses – nas quais se destacaram os turistas britânicos, brasileiros e espanhóis.
Quase todas as regiões de Portugal registaram em abril aumentos de dormidas de estrangeiros, com destaque para o Algarve (mais 315 mil), Lisboa (99 mil) e a Madeira (70 mil), mas o Alentejo foi a região que registou crescimento recorde de 35,4 por cento.