Lisboa, 26 jun (Lusa) – A Associação Nacional Empresarial para a Inovação - COTEC criou uma plataforma informática para “aproximar e fomentar” a colaboração entre empresas, que pode facilitar a resolução de um problema ou ajudar uma empresa a inovar.
A Plataforma Colaborar.COTEC vai ser apresentada na terça-feira, na Culturgest em Lisboa, no 8.º Encontro Nacional de Inovação COTEC, que este ano debaterá o tema “Redes Colaborativas de Inovação”.
“É um instrumento tecnológico que a COTEC desenvolveu para suportar os procedimentos de colaboração entre os seus associados”, disse hoje à agência Lusa o diretor-geral da COTEC.
Esta ferramenta destina-se a ser usada pelos associados da COTEC, pela sua rede de PME inovadoras e por outros atores do Sistema Nacional de Inovação. “Se tudo correr bem, avaliaremos a possibilidade de abrir a outras empresas, logo se verá e em que condições”, adiantou Daniel Bessa.
Segundo o economista, esta ferramenta poderá facilitar a resolução de um problema: O processo está feito para que “a circulação circule com muito mais facilidade e vá ter às pessoas certas”.
“Para as empresas colaborarem e avançarem, é preciso primeiro que as pessoas queiram e, para quererem, têm de estar convencidas da vantagem de colaborarem. Se a sua vontade for essa, uma ferramenta deste tipo facilita muito as coisas”, comentou.
Questionado pela Lusa sobre se uma empresa para sobreviver tem de inovar, Daniel Bessa afirmou que não há outra alternativa.
“Portugal é hoje um país demasiado caro, pelo menos, enquanto estivermos na área do euro e eu espero que lá continuemos. [Mas] um país da área do euro é um país que dificilmente pode vender o que quer que seja por ser barato. Isso não existe”, frisou.
Contudo, admitiu ser “difícil para um país como Portugal, que não é um dos países mais desenvolvido do mundo, nem dos mais sofisticados, mas é um dos países mais caros do mundo”.
“Outro dia foi atribuída à chanceler Angela Merkel a afirmação de que o euro não é para todos e ela tem razão. Quando se está num espaço destes, um espaço tão caro ou se consegue vender coisas minimamente diferenciadas que suportem um preço mais elevado ou estamos mal”, afirmou.
Para Daniel Bessa, não há outro caminho: “Muitas empresas já desapareceram, as que sobrevivem algum mérito têm de ter porque senão já tinham desaparecido”.
Deu como exemplo a indústria tradicional, como a do calçado, vestuário ou imobiliário, em que já desapareceram muitos milhares de empresas.
Dada a importância deste tema, o congresso irá debater as “Redes Colaborativas de Inovação”, um tema que será desenvolvido por Peter Gloor, professor e investigador do MIT.
“A inovação passa por muito cordelinhos” e apesar da ideia de que uma empresa pode inovar sozinha, ela precisa sempre de “se entender com os clientes, fornecedores de equipamentos e com as entidades do sistema científico e tecnológico. Mesmo internamente é preciso agilizar determinado tipo de colaborações e de inter-relações”, disse Daniel Bessa.
A sessão de encerramento do encontro será presidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, durante a qual será entregue o Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer.