8 de fevereiro de 2011

Energias renováveis: Estabilidade da política energética é ponto forte de Portugal – GDF Suez


Porto, 08 fev (Lusa) – O presidente executivo da GDF Suez Energia Portugal, o francês Daniel Poulaillon, considerou hoje, no Porto, a “estabilidade, coerência e clareza da política energética” o principal ponto forte de Portugal para quem quer investir nas energias renováveis.

Daniel Poulaillon falava no seminário “O setor das energias renováveis em Portugal e França: Oportunidades e parcerias”, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa, em parceira com a Alma Consulting Group.

O administrador do grupo francês destacou os “10 anos de continuidade e sucesso na penetração das energias renováveis” em Portugal, classificando como “claras e ambiciosas” as metas do Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER).

Daniel Poulaillon enumerou mais seis “pontos fortes de Portugal” neste setor, nomeadamente o “quadro regulatório favorável”, “mercado maduro e com boas perspetivas de crescimento” e “recursos naturais favoráveis” (sol e vento).

A “boa aceitação pública” das energias renováveis por parte da população, a “possibilidade de parcerias com empresas experientes e na vanguarda” e a “pouca exposição às dinâmicas cambiais”, por estar na zona euro, foram os restantes pontos fortes destacados.

Daniel Poulaillon referiu que o grupo GDF Suez, “o maior produtor elétrico independente do Mundo”, prevê crescer em Portugal “1,5 por cento por ano” até 2020, designadamente através da Eurowind e da participação de 42,5 por cento na Generg.

A Eurowind já tem quatro parques eólicos em Portugal e a Generg é responsável por 2,3 por cento da produção de energia do país, nos segmentos das mini-hídricas, eólica e solar.

O grupo Suez tem uma quota de 6,1 por cento da produção de energias renováveis em Portugal, disse.

“Porquê Portugal? Porque não é um pequeno mercado. É forte nas energias renováveis”, salientou Daniel Poulaillon, notando que o país está em nono lugar a nível mundial na produção de energias renováveis, com uma quota de 2,2 por cento.

Na opinião de Daniel Poulaillon, os preços da energia tenderão a aumentar nas próximas décadas, tendo em atenção as cada vez maiores necessidades, caso se confirmem as previsões de um crescimento da população mundial até aos nove mil milhões de habitantes em 2050.

Alberto Barbosa, administrador da Efacec, também considerou inevitável o aumento do preço da energia, até porque “ainda é muito caro” produzir energias renováveis.

“A energia vai deixar de ser barata. O aumento do preço, se calhar, vai ter de ser duas vezes a taxa de inflação”, defendeu.

Lobo Gonçalves, da EDP Renováveis, referiu que a produção da empresa cresceu 32 por cento em 2010, o que a coloca como a terceira do setor a nível mundial, atrás da espanhola Iberdrola e da norte-americana NexEra.

A EDP Renováveis emprega atualmente 750 pessoas, com destaque para Portugal, Espanha, França e Estados Unidos, mas posicionando-se também na Polónia, Roménia, Brasil, Reino Unido, Itália e Canadá.