Lisboa, 22 fev (Lusa) - Estudantes e profissionais lusófonos vão dispor em breve de uma plataforma de ensino à distância com vários cursos de formação e diversos níveis de ensino, um projeto do grupo Leya em parceria com a Universidade Aberta.
O lançamento da plataforma foi oficializado hoje em Lisboa com a assinatura de um memorando de entendimento pelas duas organizações, que esperam ter o projeto a funcionar para o público em geral no início do próximo ano escolar (2011/2012).
A vertente de formação de quadros de empresas e do estado nos vários países poderá arrancar a partir de maio.
"É um grande projeto de e-learning para a língua portuguesa que vai atuar em quatro áreas, sendo que a formação profissional e a aprendizagem ao longo da vida vai ser a mais importante", estimou à Agência Lusa Isaías Gomes Teixeira, do grupo Leya.
O administrador-delegado da Leya adiantou que a plataforma irá atuar ainda nas áreas universitária (graduações e pós-graduações), escolar, onde serão disponibilizados vários produtos de "aprender a aprender", nomeadamente explicações on-line, e dos cursos livres.
"É um projeto para operar em três continentes [Europa, África e América do Sul] mas qualquer pessoa em qualquer parte do mundo com acesso à web pode estudar através deste e-marketplace", disse, explicando que a associação com a Universidade Aberta se justifica pela sua tradição e know-how no ensino à distância.
A Leya, que será responsável por 90 por cento do projeto, fará a gestão da plataforma e dos alunos, convidando várias instituições de ensino e de formação profissional a disponibilizarem os seus cursos on-line, apoiando-as na adaptação ao sistema de e-learning.
Para Isaías Gomes Teixeira, o e-learning vem responder às atuais exigências de aprendizagem, em que as pessoas querem aprender ao longo da vida, mas não têm tempo nem oportunidade.
"No fundo, é transformar a aprendizagem numa coisa mais disponível", disse, adiantando que a ideia é ter na plataforma com instituições de ensino e formação portuguesas, mas também de Moçambique, Angola e Brasil.
"É um projeto para a língua portuguesa com toda a gente a participar", sublinhou, considerando que Portugal está "muito atrasado" em matéria de e-learning, sendo por isso "preciso criar uma grande marca que tenha projeção em todo o mercado da língua portuguesa".
Sem avançar números, Isaías Gomes Teixeira fala de um "grande investimento".
"A Leya tem neste momento dois pilares - edições escolares e edições gerais - pretendemos que o e-learning seja o terceiro pilar e o maior de todos", disse.
Para Carlos Reis, da Universidade Aberta, o que une as duas instituições é a possibilidade de "construir e disponibilizar numa plataforma para ensino à distância conteúdos em língua portuguesa para vários níveis de ensino e tipos de público".
O responsável adiantou que a Universidade Aberta contribui nesta parceria com uma "vasta experiência" em ensino à distância e a "capacidade de inovar", usando tecnologias de informação e comunicação, ensino on-line e ferramentas e-learning.
"No nosso caso, o que está em causa são sobretudo os conteúdos educativos para qualificação superior e para aprendizagem ao longo da vida e a partir de agora estas ofertas educativas terão públicos potencialmente mais vastos", estimou Carlos Reis.