Lisboa, 30 dez (Lusa) – Portugal é dos países europeus que mais defende a igualdade de direitos entre religiões, segundo um estudo alemão apresentado em Berlim e divulgado hoje pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural.
O documento “Religião e Política”, elaborado por uma universidade sob orientação de um sociólogo das religiões, revela que 89 por cento dos portugueses crê que todos os grupos religiosos devem “ter direitos iguais”, percentagem que lidera entre os países da União Europeia integrados no inquérito: França (86 por cento), Dinamarca (72 por cento), Holanda (82 por cento) e Alemanha (49 por cento no Oeste e 53 por cento nas regiões ocidentais).
Noutra questão – se a pluralidade religiosa produz conflito ou enriquecimento cultural -, 80 por cento dos portugueses voltaram a revelar-se tolerantes, a par dos dinamarqueses e holandeses. Seguiram-se os alemães (70 por cento) e os franceses (59 por cento).
A escolha dos países para este estudo incidiu nos diversos patamares de diversidade religiosa, embora tenha focado o Islão, devido aos acontecimentos mundiais da última década.
A Alemanha foi incluída devido ao elevado número de imigrantes muçulmanos, concentrados sobretudo nas regiões ocidentais, pelo que foi feita uma análise do país em dois blocos geográficos.
França debate-se atualmente com a controvérsia em torno da proibição do uso da burqa, além das tensões sociais e consequente violência usada pela polícia sobre jovens muçulmanos, lê-se no enquadramento.
A Dinamarca “foi alvo de todas as atenções quando um jornal, em 2005, publicou cartoons do profeta Maomé” e a Holanda assistiu ao assassínio do realizador Theo van Gogh, autor de um filme que os muçulmanos consideram ofender e distorcer os preceitos islâmicos, de acordo com o mesmo documento.
Portugal surge neste estudo por contraste, já que “a diversidade religiosa” não é tão pronunciada.