Lisboa, 29 dez (Lusa) - A população residente em Portugal aumentou ligeiramente em 2009, apesar de o número de nados-vivos ter diminuído, revelam hoje os Indicadores Sociais do INE, segundo os quais o saldo migratório aumentou e a população continua a envelhecer.
“A população residente em Portugal, em 31 de dezembro de 2009, foi estimada em 10,637 milhões de indivíduos, dos quais cerca de 52 por cento eram mulheres. Comparativamente com as estimativas para o mesmo período de 2008, verificou-se um acréscimo de 10 463 indivíduos”, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o INE, este aumento representou uma taxa de crescimento efetiva de 0,1 por cento, sendo que para este acréscimo populacional contribuíram um saldo migratório positivo e um saldo natural negativo.
Em relação ao saldo migratório, é resultado de uma taxa de crescimento migratório de 0,14 por cento, contra os 0,09 por cento em 2008, enquanto o saldo natural sentiu um decréscimo de 4 943 indivíduos, o que resultou numa taxa de crescimento de -0,05 por cento.
Nos nascimentos, os Indicadores Sociais do INE mostram que houve menos 5 103 nados-vivos do que em 2008, o que representa um decréscimo de 4,9 por cento no número de nados-vivos de mães residentes em Portugal.
De acordo com os dados do INE, passou-se de 104 594 nascimentos em 2008 para 99 491 em 2009, um comportamento que “originou uma nova redução da taxa bruta de natalidade que se situa agora nos 9,4 nados-vivos por cada mil habitantes”.
“Associada à redução do número de nados-vivos, verificou-se uma nova queda do índice sintético de fecundidade (número médio de nados-vivos por mulher em idade fecunda), o qual se situou em 1,32 crianças por mulher”, adianta o INE.
No que respeita à população com mais de 65 anos por cada cem habitantes – índice de envelhecimento – houve um aumento de 115, em 2008, para 118, em 2009.
O ano de 2009 trouxe menos casamentos e casamentos realizados em idade mais avançada. Segundo os dados dos Indicadores Sociais, o número de casamentos diminuiu 6,6 por cento relativamente a 2008.
De acordo com o INE, entre 2003 e 2009, o número de casamentos diminuiu 24,8 por cento e verificou-se um aumento da idade média ao primeiro casamento, que no caso dos homens passou de 28,4 para 30,2 anos, e no das mulheres de 26,8 para 28,6 anos.
Já a taxa bruta de divórcios “manteve-se nos 2,5 por cento, tendo, porém, as idades médias ao divórcio passado de 41,9 para 42,4 anos, no caso dos homens, e de 39,6 para 40,1 anos, no caso das mulheres”.
Em relação à constituição das famílias, os Indicadores Sociais revelam que a proporção de famílias com filhos manteve-se à volta dos 56 por cento do total das famílias, mas que diminuiu o número de famílias com mais do que um filho.
“Numa análise da estrutura das famílias com base no número de filhos constata-se que a proporção de famílias com um filho aumenta, passando de 31,3 por cento, em 2008, para 32,2 por cento, em 2009; em detrimento das famílias com dois ou três filhos, que perderam respetivamente, 0,7 e 0,2 pontos percentuais”, revela o relatório.