"Isso (fim do português como língua materna) tem de ser analisado caso a caso. Não significa descontinuar em todos os casos. Vamos ter de fazer uma avaliação caso a caso da situação dos países onde o português está e qual a melhor estratégia", disse à Lusa.
Ana Paula Laborinho falava à margem da conferência "A Língua Portuguesa e as Relações Internacionais", que decorre hoje na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
"O objectivo é a integração do português nos sistemas de ensino", sublinhou a responsável.
Nesse sentido, Ana Paula Laborinho reafirmou a intenção de Portugal apoiar o ensino do português em países como os Estados Unidos ou o Canadá, onde há anos o ensino é feito sobretudo em associações de emigrantes.
A presidente do IC defendeu ainda a importância de se "reforçar a importância do português num instrumento de trabalho", considerando que essa é uma "linha fundamental".
Nesse âmbito, Ana Paula Laborinho considerou também fundamental a formação de tradutores e intérpretes nos esforços para reforçar a presença do português junto de organizações internacionais.
Sob o tema "À Conquista de Novos Espaços", o primeiro painel da conferência contou com os temas "O Papel do IC na Promoção Externa da Língua Portuguesa" e "Tétum e Português, Línguas co-oficiais de Timor-Leste".
Ao falar sobre este último tema, Isabel Feijó, que esteve a dar formação em Timor-Leste, debateu a problemática de, apesar de ser língua oficial, o português não ser falado ou percebido pela grande maioria dos timorenses e defendeu que a resposta para a expansão da língua portuguesa pode estar no tétum.
"Deve haver uma forte aposta no ensino formal do tétum - que tem uma grande base portuguesa. O tétum deve ser considerado património da Lusofonia e pode ser uma plataforma para a promoção do português", afirmou.
A conferência termina esta tarde com um painel sobre "A Língua Portuguesa nas Organizações Internacionais".