29 de março de 2011

Exposição: Fado, “canção aberta ao mundo” na sede da UNESCO

Paris, 29 mar (Lusa) – Uma exposição dedicada à história do fado está patente desde hoje na sede da UNESCO (a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), em Paris.

Na cerimónia de apresentação, na segunda-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, salientou que o fado resulta de “uma fusão de sonoridades de muitas proveniências” e integra na sua génese a “circulação internacional de canções do mundo” abrangida pela própria história de Portugal.

A exposição, com painéis, objetos e material em suporte áudio ilustrando alguns dos momentos cimeiros da história do fado, traz a Paris uma amostra do espólio do Museu do Fado para uma “viagem pitoresca” por “uma canção aberta ao mundo”, como lhe chamou o musicólogo Rui Vieira Nery.

“O fado resulta de uma tradição muito antiga e de uma história muito recente”, salientou o especialista português, referindo que apesar de as primeiras formas de fado conhecidas serem de cerca de 1830, “o fado herdou séculos de um percurso de tradições poéticas e musicais e de um destino histórico de Portugal”.

Na abertura da exposição temporária na UNESCO cantaram o fado Ricardo Ribeiro e Carminho, duas das vozes mais jovens de um género que conhece uma renovação “após o fim das discussões ideológicas sobre o papel que o fado teve ou não na propaganda do antigo regime”, conforme sublinhou Rui Vieira Nery.

A exposição na UNESCO, patente até 15 de abril, insere-se na campanha para a classificação do fado como património imaterial da humanidade.