19 de março de 2011

Lido no DN : Investigadores portugueses vencem prémio internacional

Uma equipa de investigação internacional, que envolve a Universidade do Minho (UM), acaba de vencer o Prémio Jon J. van Rood, por ter descoberto um novo factor de risco nos doentes sujeitos a transplante de medula óssea.

"Ficámos muito agradados com o prémio, que distingue o melhor 'paper' europeu nesta área de investigação e que coloca a UM e Portugal ao lado de grupos de excelência internacional", declarou Fernando Rodrigues, um dos autores do estudo.

O professor explicou que nos doentes transplantados de medula óssea é provocada uma imunosupressão e, como tal, são um grupo de risco para infeções fúngicas de difícil tratamento.

"Nestes pacientes, a taxa de mortalidade varia entre os 40 e 80 por cento. O trabalho permitiu identificar, dentro daquele grupo, indivíduos mais susceptíveis a infecções fúngicas", explicou.

O galardão, atribuído pelo Grupo Europeu para o Sangue e Transplantação de Medula, distingue o melhor artigo publicado em 2010 na área de imunogenética/imunologia do transplante hematopoiético.

O estudo foi realizado por Fernando Rodrigues e Agostinho Carvalho, do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho, em co-autoria com investigadores do Instituto Pasteur, na França, e da Universidade de Perugia, na Itália.

"O grupo de investigação descobriu que a proteína Dectin-1 aumenta o risco de infecções fúngicas para doentes sujeitos a transplante de medula óssea", pode ler-se no comunicado a que a Lusa teve acesso.

Os cientistas concluíram que "uma variante genética da proteína Dectin-1, envolvida na resposta imunológica, aumenta o risco de os doentes hematológicos, sujeitos a transplante de medula desenvolverem infecções fúngicas, especificamente a aspergilose".

"Estas infeções são uma das principais causas de mortalidade nestes pacientes", acrescenta.

A descoberta "vai permitir direccionar intervenções profiláticas de forma a minimizar o risco de infecção e reduzir as taxas de mortalidade".

A pesquisa foi divulgada pela primeira vez na "Blood", considerada a revista mundial mais citada na área.