17 de fevereiro de 2010

Cartão de cidadão deverá servir para aceder ao site das Finanças

Lisboa, 17 fev (Lusa) - O cartão de cidadão deverá em breve servir para entrar na página das Finanças e preencher a declaração do IRS, uma melhoria sugerida pelos utilizadores e que o governo está a estudar.

Apontada como uma sugestão de melhoramento do cartão num estudo feito pela Universidade Nova, "a substituição da senha das Finanças" pelo cartão deverá estar "em breve disponível", disse à agência Lusa a secretária de Estado da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques.

Entre outras melhorias sugeridas no estudo pelos utilizadores do cartão estão a possibilidade de ver na Internet notas escolares, ver resultados de exames médicos e, no próprio documento, a melhoria da qualidade das letras e da fotografia.

Outras melhorias sugeridas, como a possibilidade de marcar consultas médicas, já estão "parcialmente disponíveis", referiu a governante, afirmando que isso traduz que o serviço está "no caminho certo" e que deverá ser alargado "a mais centros de saúde".

"Estamos agora a preparar os serviços para que essas funcionalidades do cartão possam ser rentabilizadas e mais utilizadas pelos cidadãos, com mais comodidade no acesso aos serviços", afirmou.

Apesar deste alargamento, Maria Manuel Leitão Marques desvaloriza quaisquer preocupações com a segurança de dados pessoais.

"O cartão não tem informação sobre saúde ou sobre finanças. Permite identificar, mas nada fica registado no cartão, que permite apenas identificação perante o serviço. Toda a informação está guardada em bases de dados separadas de cada serviço", garantiu.

No terceiro aniversário do cartão de cidadão, Maria Manuel Leitão Marques afirmou à Lusa que "a qualidade do serviço é um projeto bem sucedido na perceção que os cidadãos têm dele".

Dos que já têm cartão - 2,54 milhões, segundo números de 07 de fevereiro - 86,1 por cento mostraram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com o serviço, indica o estudo, feito pelo Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa, junto de pessoas que têm e outras que não têm o cartão de cidadão.

O que os inquiridos classificaram melhor no serviço foi a qualidade, quer do cartão, quer do atendimento ao balcão, o que Maria Manuel Leitão Marques salienta, afirmando que os funcionários "estão de parabéns".

"A satisfação é mesmo maior do que a de outros serviços privados avaliados com o mesmo método. Gostamos de nos comparar ao melhor do sector privado e muitas vezes os nossos funcionários são injustiçados com aquela ideia de que não fazem nada, não são simpáticos ou não se esforçam. Com resultados destes, vê-se que as coisas estão a mudar e ainda bem para todos nós", disse.

Os dados do estudo dão ao cartão de cidadão um índice de satisfação de 7,8, acima de serviços como a banca (7), fornecedores da Internet (6,8) ou o serviço dos transportes na Área Metropolitana de Lisboa (6,5).

Nas características do serviço que os utilizadores avaliaram mais por baixo, como a acessibilidade, o estudo indica que deve haver melhorias, para "comunicar melhor aos utentes a acessibilidade dos locais de atendimento", que "em geral" têm acesso para deficientes e até funciona um serviço de atendimento ao domicílio.