António Ferreira, realizador de "Respirar Debaixo de Água", transformou o conto de "Objecto Quase" numa "espécie de Mad Max à portuguesa." "Embargo" teve antestreia no Fantasporto, em Março, e tem edição prevista para Setembro.
Será a terceira adaptação de José Saramago ao cinema, depois de “Jangada de Pedra”, de Georges Sluizer (2000), e “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008), de Fernando Meirelles. “Embargo”, de António Ferreira, teve antestreia no Fantasporto em Março deste ano e, se se mantiver o plano de lançamento depois da morte de Saramago, será estreado em sala a 30 de Setembro deste ano.
Em declarações ao site Iol.pt, o realizador, perturbardo pela notícia da morte do escritor português, adiantou que irá falar com os distribuidores para saber se se justifica antecipar a estreia.
“Embargo” adapta o conto homónimo, incluído em “Objecto Quase” (1978), escrito por Saramago no contexto da crise petrolífera de 1973, desencadeada pelo conflito israelo-árabe do Yom Kippur. Em entrevista ao Ípsilon em Fevereiro, o realizador conimbricense explicou que aos 23 anos, caloiro na Escola de Cinema em Lisboa e fascinado com a leitura de “Evangelho Segundo Jesus Cristo”, procurou tudo o que conseguisse encontrar de José Saramago. Em “Embargo” encontrou um texto em que se manifestava fortemente o “cinema” que Ferreira vê no autor de “Levantado do Chão”: “Sempre achei que o Saramago tem uma escrita muito cinematográfica, os seus livros provocam-nos imagens muito fortes”, declarou na entrevista supracitada.
Um impulso inicial para o filmar enquanto curta foi seguido e abandonado ainda na década de 1990. Passada mais de uma década, já depois de António Ferreira ter filmado “Respirar (Debaixo de Água)”, a sua estreia em longa-metragem, “Humanos – A Vida em Variações” (2006) e “Deus Não Quis” (2007), regressou ao projecto. Ferreira vê o conto como “uma metáfora da nossa sociedade, da nossa dependência das máquinas”, e recordou como a crise criada pelo bloqueio dos camionistas, em 2008, lhe provou a sua actualidade. “Em tão poucos dias, por causa de um bloqueio decidido por um grupo de pessoas, a nossa sociedade pareceu desmoronar-se. [...] Era uma espécie de aviso. De um momento para o outro, tudo o que temos por seguro pode desmoronar-se.”
Sem intervenção de Saramago durante todo o processo e descrito como “uma espécie de Mad Max à portuguesa”, “Embargo” é uma produção da ZED Filmes e tem como protagonista Filipe Costa, actor que é também teclista dos Sean Riley & The Slowriders.
Será a terceira adaptação de José Saramago ao cinema, depois de “Jangada de Pedra”, de Georges Sluizer (2000), e “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008), de Fernando Meirelles. “Embargo”, de António Ferreira, teve antestreia no Fantasporto em Março deste ano e, se se mantiver o plano de lançamento depois da morte de Saramago, será estreado em sala a 30 de Setembro deste ano.
Em declarações ao site Iol.pt, o realizador, perturbardo pela notícia da morte do escritor português, adiantou que irá falar com os distribuidores para saber se se justifica antecipar a estreia.
“Embargo” adapta o conto homónimo, incluído em “Objecto Quase” (1978), escrito por Saramago no contexto da crise petrolífera de 1973, desencadeada pelo conflito israelo-árabe do Yom Kippur. Em entrevista ao Ípsilon em Fevereiro, o realizador conimbricense explicou que aos 23 anos, caloiro na Escola de Cinema em Lisboa e fascinado com a leitura de “Evangelho Segundo Jesus Cristo”, procurou tudo o que conseguisse encontrar de José Saramago. Em “Embargo” encontrou um texto em que se manifestava fortemente o “cinema” que Ferreira vê no autor de “Levantado do Chão”: “Sempre achei que o Saramago tem uma escrita muito cinematográfica, os seus livros provocam-nos imagens muito fortes”, declarou na entrevista supracitada.
Um impulso inicial para o filmar enquanto curta foi seguido e abandonado ainda na década de 1990. Passada mais de uma década, já depois de António Ferreira ter filmado “Respirar (Debaixo de Água)”, a sua estreia em longa-metragem, “Humanos – A Vida em Variações” (2006) e “Deus Não Quis” (2007), regressou ao projecto. Ferreira vê o conto como “uma metáfora da nossa sociedade, da nossa dependência das máquinas”, e recordou como a crise criada pelo bloqueio dos camionistas, em 2008, lhe provou a sua actualidade. “Em tão poucos dias, por causa de um bloqueio decidido por um grupo de pessoas, a nossa sociedade pareceu desmoronar-se. [...] Era uma espécie de aviso. De um momento para o outro, tudo o que temos por seguro pode desmoronar-se.”
Sem intervenção de Saramago durante todo o processo e descrito como “uma espécie de Mad Max à portuguesa”, “Embargo” é uma produção da ZED Filmes e tem como protagonista Filipe Costa, actor que é também teclista dos Sean Riley & The Slowriders.