Bruxelas, 12 jul (Lusa) – Os portugueses continuam a marcar os fluxos migratórios para o Luxemburgo e a Suíça, segundo um estudo hoje apresentado em Bruxelas.
Portugal é a origem de cerca de 11 por cento dos imigrantes na Suíça ao longo da última década, um fluxo confirmado pelos dados relativos a 2009, à frente dos imigrantes provenientes da França e Itália para o país helvético.
Portugal, à frente da França e da Bélgica, é o primeiro país de origem dos imigrantes no Luxemburgo (mais de 25 por cento dos estrangeiros entrados no país), segundo dados de 2009 que são sensivelmente iguais ao fluxo considerado entre 2000 e 2008.
O novo “outlook" das tendências migratórias, com dados relativos a 2009 e uma análise dos fluxos e estatísticas durante a década anterior, foi divulgado hoje em Bruxelas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Em relação aos setores de atividade, o estudo assinala que a saída de portugueses para países do Espaço Económico Europeu se faz em empresas do setor da construção (cerca de metade, secundando apenas a Estónia) e do setor de manufaturas e energia (a um nível equivalente), sendo residual o fluxo migratório enquadrado em empresas de serviços.
“Estónia, Portugal, Malta, Islândia e a República Checa têm tendência para estar (presentes) na construção”, segundo a mesma análise de fluxos por setor de atividade feita pela OCDE.
Segundo a organização, Portugal faz parte do grupo de países com “um grande número de trabalhadores enviados” para o estrangeiro, a par da Polónia, Alemanha, França e Luxemburgo.
“Ao mesmo tempo, países de destino significativos são a Alemanha, a França, Bélgica, Holanda e Espanha”, acrescenta o relatório.
Em relação aos fluxos para Portugal, o relatório da OCDE regista um aumento significativo de imigrantes permanentes no país entre 2004 e 2009 e assinala a emergência dos estrangeiros provenientes dos países do Leste europeu, mas também da China, entre as novas comunidades residentes.
O estudo recorda que Portugal, à semelhança de outros países da União Europeia, abriu completamente o seu espaço à livre circulação de trabalhadores búlgaros e romenos em janeiro de 2009.
A OCDE constata também um aumento significativo do desemprego de longa duração (até 11 meses e mesmo de 12 a 24 meses) entre os trabalhadores de origem estrangeira.
O documento sublinha ainda que Portugal se distingue claramente como um dos países que, em rácio de população total, recebe menos pedidos de asilo, juntamente com a Coreia do Sul, o Japão e a Estónia no espaço da OCDE.