"O português e as restantes 22 línguas oficiais [da UE] têm todas a mesma importância", explicou à Agência Lusa o porta voz da Comissão Europeia para a Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude.
Dennis Abbot sublinhou que "é fundamental esta ideia de respeito de todas as línguas oficiais" que as instituições europeias promovem.
Os textos traduzidos para português pelos tradutores das várias instituições europeias são lidos por um grande número de pessoas não só na Europa mas também em todo o mundo.
Há textos que têm um caráter jurídico vinculativo, como aqueles que são publicados no Jornal Oficial da União Europeia, e outros documentos relacionados com as múltiplas actividades das instituições, nele se incluindo obras de divulgação destinadas ao público em geral.
"Não é apenas uma questão legal, também se trata de respeitar a diversidade na Europa", defendeu Dennis Abbot.
A Comissão Europeia gasta cerca de 500 milhões de euros anualmente nos serviços de tradução e de interpretação.
Em 2009, os serviços de tradução do executivo comunitário produziram 1 666 687 páginas de textos em todas as suas línguas, segundo dados da instituição.
Quase 74,6 por cento dos textos traduzidos vinham escritos inicialmente em inglês, 8,3 em francês, 2,7 em alemão e 14,4 em outras línguas.
"Custa muito dinheiro (…), mas se dividirmos esse montante por cada cidadão europeu significa cerca de dois euros por pessoa. Penso que é dinheiro bem gasto porque é mais barato investir dinheiro em tradutores e intérpretes do que em armas", sustentou o porta voz da Comissão Europeia.
A importância da língua inglesa tem vindo a aumentar ao longo dos anos, de 45 por cento de textos que chegavam nesse idioma em 1997 para 62 em 2004 e quase 75 no ano passado, mas o lugar do Português parece estar assegurado.
"Mesmo que nos corredores da Comissão Europeia ouçamos mais inglês, francês ou alemão, também se ouve português", assegurou Dennis Abbot.