23 de maio de 2010

Empresa de Braga conquista mercados com ecrã táctil para centros comerciais

clip_image001

Já não precisa de desesperar quando estiver perdido num centro comercial. Se não conseguir encontrar a loja que procura, só tem de se dirigir a um dos directórios interactivos desenvolvidos pela Edigma, uma empresa de Braga que tem ganho vários prémios internacionais. A tecnologia Displax Pathfinder mostra-lhe o caminho pretendido com um simples toque de dedos.

"Na prática é um GPS gigante que permite às pessoas encontrarem todos os serviços existentes nos centros comerciais", ilustra Miguel Peixoto de Oliveira, CEO da Edigma. No ecrã táctil, as lojas e os serviços do centro comercial aparecem listados por categorias, bastando ao cliente, com um toque de dedos, introduzir o nome do espaço que procura. O sistema devolve-lhe o resultado, indicando qual o caminho mais próximo até ao destino pretendido.

Cada directório está georreferenciado, razão pela qual o trajecto apontado é gerido de forma dinâmica, de acordo com a localização do mesmo. A tecnologia incluiu também uma opção para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, indicando o caminho pretendido com recurso aos elevadores, em vez das escadas.


O primeiro ecrã Displax foi apresentado no final de 2008. Desde então foram vendidos quase uma centena de dispositivos destes, para vários centros comerciais nacionais, mas também para o mercado internacional. A tecnologia já chegou a 30 países, mas quem mais procura o ecrã interactivo são os business partners da Edigma no Brasil e na Rússia.


A nova geração dos ecrãs Displax Pathfinder foi estreada na semana passada no centro comercial Braga Parque, onde estão instalados quatro directórios interactivos que permitem localizar as 190 lojas existentes naquele espaço. "Nos últimos três anos duplicámos o número de lojas e o centro comercial cresceu muito. Tornou-se mais fácil para os clientes perderem-se e quisemos reduzir essa possibilidade", afirma António Afonso, director do Braga Parque.


O directório tem maiores possibilidades de interactividade, facilitando o acesso aos conteúdos por parte dos utilizadores. O Displax inclui também um formulário que permite aos clientes enviar mensagens aos responsáveis do centro comercial com sugestões e feedback da utilização do dispositivo.


O ecrã passou também a poder integrar imagens e vídeo, permitindo a sua utilização para divulgação de informações ou campanhas de publicidade. "Passou a ter essa mais-valia para os centros comerciais", antecipa Miguel Peixoto de Oliveira. O novo directório interactivo tem agora também um design "mais apelativo e mais enquadrado com a envolvente dos centros comerciais", afirma o CEO. Todas as interacções ficam registadas, o que permite saber quais são as lojas mais procuradas.


Diariamente, o sistema agrega as estatísticas de utilização do ecrã interactivo, referindo quais as lojas e os serviços mais procurados. "Esta funcionalidade permite que a aplicação possa evoluir a partir da análise dos dados recolhidos", sublinha o CEO da empresa.


A Edigma está sedeada em Braga, onde está localizada a sua unidade de Inovação e Desenvolvimento. Tem escritórios em Lisboa e Madrid, uma rede de distribuição e projectos implementados em cerca de 30 mercados internacionais. A empresa é líder nas tecnologias interactivas e especializada em produtos multi-touch, multi-sense e gesture interactivity.

11 de maio de 2010

Medicina : Investigadores portugueses descobrem novo tratamento para artrite reumatóide

Viana do Castelo, 11 mai (Lusa) - Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) descobriu uma nova forma de tratamento, através um anticorpo que previne o aparecimento da doença, foi hoje anunciado. Os resultados "são relevantes e promissores" para o tratamento da artrite reumatóide humana.

"Os ratinhos desenvolvem artrite reumatóide de uma forma muito semelhante à do homem", explicou.

Os autores do estudo concluíram que o tratamento com o anticorpo anti-CD4 não só previne o aparecimento de artrite em ratinhos saudáveis, como impede a progressão da doença em ratinhos já doentes.

Os resultados do estudo mostraram que a administração do anticorpo anti-CD4 alterava o equilíbrio entre dois tipos de células do sistema imunitário, favorecendo a imunotolerância, ou seja, dificultando o desenvolvimento de doenças autoimunes, como a artrite reumatóide.

O estudo mostrou ainda que este efeito não compromete a capacidade do sistema imunitário do ratinho reagir, simultaneamente, contra agentes inflamatórios/infecciosos externos.

"Esta não é a primeira vez que se usam anticorpos deste tipo como terapia para doenças autoimunes, mas os resultados têm sido modestos. Daí a relevância de mostrar que esta terapia pode ser eficaz na prevenção de um modelo animal de artrite reumatóide", defende Luís Graça, investigador do IMM que liderou o estudo.

Este estudo acaba de ser publicado na "PLoS ONE", uma revista científica de acesso aberto, disponível apenas online e publicada pela Public Library of Science.

A artrite reumatóide é uma doença autoimune crónica, caracterizada pela inflamação/destruição das articulações, que provoca incapacidade progressiva do doente e está associada a mortalidade prematura.

Uma combinação de causas genéticas e ambientais contribui para o aparecimento da artrite reumatóide, que, a nível biológico, se caracteriza por uma resposta imunitária complexa envolvendo uma série de células diferentes, incluindo vários tipos de glóbulos brancos.

O IMM faz parte do Centro Académico de Medicina de Lisboa, um consórcio que integra ainda a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Hospital de Santa Maria.

Este consórcio pretende desenvolver uma perspetiva integrada da medicina, fomentando a investigação biomédica transversal, desde a bancada dos laboratórios académicos até à prática clínica.

O IMM tem o estatuto de Laboratório Associado ao Ministério da Ciência, da Tecnologia e Ensino Superior.

8 de maio de 2010

7 de maio de 2010

Vinhos: "O Douro é um dos grandes 'terroirs' do mundo", afirma enólogo Bruno Prats


Lisboa, 07 mai (Lusa) - "O Douro é um dos grandes 'terroirs' do mundo. Assim como a touriga franca e a touriga nacional estão entre as grandes castas do mundo", considerou à Lusa Bruno Prats, antigo dono do Château Cos d'Estournel, em Bordéus.


De acordo com o reputado enólogo francês, "a grande força do Douro em relação a Bordéus é o seu 'terroir', com cepas e estilo únicos, muito difíceis de transportar para fora da região".


Foi esta convicção, afirmou à Lusa, e a crença no "potencial" e "futuro" do Douro que o trouxe a Portugal, onde desenvolve uma parceria com a Symington Family Estates.


"Se pensarmos que o Douro começou a sua revolução vitivinícola há apenas dez anos, é incrível o que se conseguiu na região. Estamos apenas no começo", afirmou.


O enólogo francês esteve presente numa prova vertical para a imprensa especializada do Chryseia, um vinho que assina com Charles Symington no Douro desde a colheita de 2000, curiosamente a única que não foi dada a provar.


O evento decorreu na Quinta de Roriz, propriedade adquirida pela parceria Prats & Symington a João van Zeller na primavera do ano passado, que irá adquirir um papel central nos futuros vinhos do projeto luso-francês.Os responsáveis não revelaram o valor do investimento, mas Prats estimou à Lusa que o retorno previsto se situa nos 10 anos.


"Roriz é um grande 'terroir' histórico, com uma forte personalidade. Faz vinhos muito estruturados, com taninos de grande frescura. Se fizesse uma comparação com [a denominação bordalesa de] Medoc, diria que é muito Pauillac [município onde estão localizados os châteaux Lafite Rothshild, Mouton Rothshild ou Latour, por exemplo]", considerou Bruno Prats.


Para Prats, a compra da Quinta de Roriz "afirma o projeto Chryseia e dá-lhe uma dimensão importante. Corresponde totalmente à visão que tínhamos".


"Se não tivesse havido a crise não tínhamos tido a oportunidade de comprar Roriz. É o projeto que dá ao Chryseia a sua autonomia", acrescentou.


Bruno Prats desenvolve atualmente projetos na África do Sul, Chile, Espanha e Portugal, onde comprou com a família Symington, a Quinta de Roris e a Quinta da Perdiz, ambas em S. João da Pesqueira, no Douro, e de onde sairão as uvas para os vinhos Chryseia e Post Scriptum.


Em Roriz será ainda produzido o Prazo de Roriz, o rótulo de entrada de gama da parceria Prats & Symington, e em anos excecionais, o Quinta de Roriz, um reserva de topo que, garante o enólogo francês, "terá um perfil totalmente distinto do Chryseia".


Os Chryseia feitos até à data, com exceção das duas primeiras edições - 2000 e 2001 - centraram-se na composição de duas castas, touriga franca e touriga nacional, provenientes de três quintas principais, Quinta da Perdiz, Vila Velha e Quinta do Vesúvio. Consoante os anos, uma ou outra casta assumiram a predominância no lote, explicaram os enólogos do vinho durante a prova vertical.

5 de maio de 2010

l'Europe et sa légende













Comme chaque année, le 9 mai prochain est la journée de l'Europe. Mais d'où vient ce nom et que signifie-t-il ?


Un nom grec : en grec ancien, le mot "euros" signifie large et le mots "ops" signifie oeil. Dans la mythologie grecque, Europé était le nom d'une belle princesse "aux grands yeux".

Une origine mythique : selon la légende, la princesse Europé était sur une plage d'Asie Mineure quand le dieu Zeus la remarqua. Pour la séduire, il se transforma en taureau blanc et se coucha à ses pieds. La jeune fille, d'abord effrayée, le caressa puis s'assit sur son dos. Alors le taureau se releva et l'emporta vers la mer. En s'éloignant du rivage, le taureau arriva avec Europé sur l'île de Créte.

Le nom d'un territoire : il y a 2500 ans, les Grecs ont été les premiers à employer le mot Europe pour désigner leurs terres continentales. Par la suite, ils utilisèrent ce mot pour toutes les terres du Nord, en opposition à celui d'Asie, pour les terres du soleil levant.

Le rêve de Charlemagne : Charlemagne se serait fait appeler "Pater Europae", père de l'Europe. Son empire regroupait en effet une grande partie de l'Europe occidentale, mais sans la Bretagne, l'Espagne et les îles Britanniques. Cet empire carolingien coïncide avec les 6 pays qui ont signé les bases de l'Union Européenne à Rome en 1957 : Allemagne, Belgique, France, Hollande, Italie et Luxembourg.

4 de maio de 2010

Lido no Libération : Nouveaux juifs au Portugal


Par FRANÇOIS MUSSEAU Envoyé spécial à Belmonte

Vêtu à la façon des juifs orthodoxes, kippa sur la tête malgré des mèches aux quatre vents, la silhouette de Michael Seixas surprend dans les ruelles de Belmonte, ce village retiré du Portugal. On l’imagine en prière au Mur des lamentations. C’est d’ailleurs à Jérusalem qu’il réside, dans une école talmudique, où il étudie pour devenir rabbin. Mais il vient et revient à Belmonte depuis des années. «Je suis ici pour des motifs très personnels qui donnent sens à ma vie», dit-il. En 1730, explique-t-il, ses ancêtres ont quitté Lisbonne pour les Caraïbes, fuyant la Sainte Inquisition. De là, sa famille a émigré à New York, puis en Californie, où il est né. Il y a une dizaine d’années, Michael Seixas a fait son «aliya», il est «monté» en Israël. Sans oublier ses lointaines origines portugaises. «Un beau jour, j’ai su qu’un miracle s’était produit ici. Mon obsession, depuis, c’est d’y faire fleurir la Torah

Le «miracle», selon Michael Seixas, c’est Belmonte. Un nid d’aigles près de la frontière espagnole. Là, une communauté juive pratique ses rites dans le secret absolu, perpétuant ainsi des traditions héritées du judaïsme persécuté par l’Eglise depuis 1492. Cette année-là, les juifs sont expulsés d’Espagne par Isabelle la Catholique. Beaucoup se réfugient au Portugal où un décret prévoit qu’ils pourront s’installer s’ils se convertissent au christianisme. Nombre d’entre eux quitteront le pays pour des terres plus accueillantes, Bordeaux ou la Hollande. D’autres acceptent la conversion, devienant des marranes. Certains de ces «nouveaux chrétiens» se fondent dans le catholicisme tandis que d’autres continueront à pratiquer dans la clandestinité les rituels hébraïques, au risque de leur vie. Entre 1536 et 1821, 40 000 sont mis à mort, dont 1 175 brûlés vifs, sur ordre du tribunal du Saint-Office. Pour survivre, il faut sembler être un catholique irréprochable, accepter le baptême, la confession et le mariage à l’église. Mais dans la stricte intimité de la maison, on continue de pratiquerles rites mosaïques.

Ainsi se développe ce «crypto-judaïsme». Au début du XXe siècle, le sioniste polonais Samuel Schwarz révèle au monde la persistance de telles communautés au nord-est du Portugal. La dictature de Salazar, catholique et intolérante, étouffera encore cette culture : les familles crypto-juives du Beira et de Trás-Os-Montes se replient, se dispersent, s’assimilent. Le crypto-judaïsme portugais semble alors éteint.

Surprise, au milieu des années 1980, quand on découvre, à Belmonte, une dizaine de familles pratiquant un judaïsme hérité du temps de l’Inquisition. Pourquoi là ? «Plusieurs facteurs ont joué, estime David Canelo, auteur de livres sur ce phénomène et directeur du collège local. L’isolement géographique, une volonté de perpétuer les traditions, le respect de l’interdiction de se marier à un non-juif, et la tolérance des catholiques du lieu.» Clandestinité oblige, les livres de prière en hébreu ont disparu, l’observance de nombreux rituels s’est perdue. Mais on prie «Adonaï», la Pâque et Kippour sont célébrés et le shabbat est respecté sur le mode crypto-juif : seulement le vendredi soir. Le samedi est travaillé, pour ne pas se distinguer des catholiques. «Une riche mémoire orale s’est maintenue, grâce aux femmes surtout», dit David Canelo.

En 1988, tournant historique : la communauté crypto-juive, dont l’existence a été médiatisée, est incitée à rejoindre le giron du judaïsme officiel. Israël envoie des rabbins «re-judaïser» ces brebis égarées. Elle se structure en «communauté», avec un président. Et en 1994, une synagogue et un cimetière juif sont inaugurés en présence de personnalités religieuses. Belmonte compte quelque 130 juifs, soient deux dizaines de familles répondant aux noms de Diogo, Henriques, Vaz ou Lopes. Une fragile minorité, sur les 3 000 habitants du bourg, forte d’une culture qui porte les marques de cinq siècles de clandestinité.

Ce samedi, le soir tombe sur Belmonte. Aux alentours de la synagogue, vaste bâtisse blanche dominant la vallée, des fidèles se rendent à l’office. On n’entend que murmures et pas feutrés. La kippa est sortie de la poche juste avant de pénétrer dans le temple, le visiteur est tenu à distance. «Vous ne pouvez pas entrer aujourd’hui. Les visites, c’est seulement dans la semaine», dit une vieille femme vêtue de noir. Plus loin, les cloches d’une église carillonnent. L’office durera une heure et demie. A la sortie, les dizaines de fidèles se dispersent par grappes silencieuses dans les ruelles en pierre. Devant la porte, Michael Seixas, l’apprenti rabbin de Californie, s’étonne : «Ils semblent avoir encore peur !»«Les juifs d’ici sont très fermés, confirme une commerçante catholique. Cela a un peu changé avec la reconnaissance de la communauté, mais ils restent repliés sur eux-mêmes.»

Bougies à l’huile d’olive

Le président de la communauté, Antonio Mendes, a la cinquantaine avenante. Ce passionné de football reçoit avec fierté dans la Casa de Benfica, un bar aux couleurs du club lisboète qu’il gère en périphérie de la bourgade. «Voyez, maintenant, on est des juifs à part en entière, on n’a plus rien à envier aux autres. Et on est la plus forte communauté du Portugal !» (le pays compterait entre 300 et 3 000 juifs). Les temps ont changé pour les juifs de Belmonte. Depuis leur coming out médiatique il y a vingt-cinq ans, la plupart ont fait leur bar mitzvah et se sont fait circoncire. Le shabbat est respecté, samedi compris. «Mais on a encore du chemin à faire», estime Antonio Mendes. Policier à la retraite, il s’est marié à l’église dans les années 1980, selon la tradition crypto-juive. «Le prêtre savait que ce n’était que de la façade. Il a eu la délicatesse de ne pas me donner la communion. De toute façon, à Belmonte, les gens ont toujours su qui est juif», dit-il en souriant. Et poursuit :«Récemment, je me suis remarié à la synagogue.

Tous les jours, Antonio Mendes et Michael Seixas se donnent des cours de conversation. Apprentissage de l’hébreu pour l’un, du portugais pour l’autre. Mais la plupart ne tentent pas d’apprendre la langue des prières et d’Israël. L’attachement au crypto-judaïsme reste fort. Certaines familles refusent d’aller à la synagogue et continuent d’observer les rites ancestraux. «Faut-il s’en étonner, après cinq siècles, demande l’écrivain David Canelo. Pour nombre d’entre eux, notamment les plus âgés, c’est la seule vraie religion. S’ils changeaient leurs pratiques, cela reviendrait à insulter Dieu.» Ainsi, sentant sa mort proche, une femme a exigé que ses funérailles aient lieu à l’église et que son corps repose entre les cyprès centenaires du cimetière catholique. Selon un rite marrane, ses proches ont allumé chez eux des bougies à l’huile d’olive, et celà pendant une année entière. Le cimetière juif, en contrebas du village, ne compte qu’une demi-douzaine de dalles en marbre noir gravées d’une étoile de David.

Vents de la modernité

Même ceux qui sont passés au judaïsme «ordinaire» ne renient pas le crypto-judaïsme. Miguel Vaz, 30 ans, est l’un des membres les plus actifs de la communauté. Il explique avoir beaucoup appris des multiples rabbins passés à Belmonte. Il estime néanmoins que les rites pratiqués par ses parents sont aussi «pleinement juifs». Miguel Vaz travaille au Musée judaïque qui retrace l’histoire des marranes portugais. C’est l’un des cinq musées, d’intérêt très varié,ouverts par les habitants de Belmonte depuis que la découverte de cette communauté exceptionnelle a placé la bourgade sur des itinéraires des visites. L’événement n’a pas enrichi pour autant la communauté crypto-juive. La majorité vit de la vente de vêtements sur les marchés. L’aide reçue d’Israël, dans les premières années, faiblit, et c’est à elle désormais de financer le séjour de rabbins.

Miguel Vaz ne cache pas son inquiétude quant à l’avenir des siens . Certains «se mettent en ménage avec des catholiques», observe-t-il. Lui-même cherche à se marier. «Mais nous ne sommes qu’une vingtaine de jeunes juifs ici, et il n’y a aucune femme de mon âge qui me plaise.» Aller en Israël ? «J’aimerais bien mais c’est la crise là-bas aussi, et il n’y aura pas de travail pour moi.» Epouser une catholique du coin ? «Comment pourrais-je envoyer par-dessus bord une des règles de vie qui nous ont permis de survivre pendant cinq cents ans ? Jamais.» Après des siècles de résistance, la centaine de juifs de Belmonte se sent plus menacée que jamais. La démocratie portugaise et le prosélytisme des autorités religieuses israéliennes leur ont apporté une reconnaissance et un statut, mais les vents de la modernité les exposent à l’assimilation. «Je ne vois qu’une planche de salut, la connaissance de la Torah», dit Michael Seixas. Il a offert à la synagogue des dizaines de livres religieux en hébreu. Mais le seul à lire cette langue a émigré en Allemagne. Il rêve d’offrir à la communauté un écran géant via lequel, par Skype, il pourra enseigner depuis Jérusalem les préceptes de la Torah.

1 de maio de 2010

Lido no Diário de Notícias : Português torna buscas na Internet mais inteligentes

92783557

Imagine que está em casa e deseja saber mais sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento do Governo, de que tanto se ouve falar na comunicação social. Vai a um motor de busca e procura pelo "PEC". Ao serem-lhe apresentados os resultados, aparece-lhe uma página em que se mistura o Plano de Estabilidade e Crescimento com o pagamento especial por conta. O motor de busca devolveu os resultados sem distinção. Pedro Oliveira vai ajudar os computadores a perceberem a diferença entre os dois e a pesquisar exactamente aquilo que queremos procurar, com ajuda da Web semântica, uma extensão da rede actual. Recebeu o Prémio Nacional de Trabalhos em Inteligência Artificial 2009, atribuído pela Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial.

O objectivo do projecto é que, perante um número grande de possibilidades, o computador consiga decidir quais as hipóteses mais prováveis e mais eficientes, o que irá tornar a Web mais inteligente.

A investigação, denominada "Probabilistic Reasoning in the Semantic Web using Markov Logic", foi desenvolvida no âmbito do mestrado em Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que obteve a nota máxima de 20 valores.

"A Lógica de Markov é um conjunto de procedimentos e algoritmos baseados em matemática e aprendizagem computacional que nos permite raciocinar sobre conhecimento incerto e complexo", explica ao DN Pedro Oliveira. Aplicando-a para a área da Web semântica (ver caixa), à qual já chamam "Internet do futuro", fazendo com que "perceba melhor o seu próprio conteúdo" e "entendam o significado das palavras".

"É um trabalho de grande peso teórico e muito de raciocínio, que irá contribuir para que os computadores tenham a capacidade de entender a linguagem natural, dos humanos", explica Paulo Gomes, orientador da tese de mestrado. Uma das tecnologias desenvolvidas ocorre ao nível dos motores de pesquisa, que se tornam mais precisos, porque a palavra ganha um significado.

"Por exemplo, ao utilizar um motor de busca para pesquisar informação sobre uma determinada empresa, em vez de lhe ser apresentado um conjunto de páginas que eventualmente possam ter informação sobre essa empresa, como acontece com os motores de busca actuais, ser-lhe-ia apresentado directamente informação relevante sobre ela, como por exemplo o seu número de empregados, CEO, lucro anual, etc.", explica o aluno da Universidade de Coimbra.

Pedro Oliveira sabe que alguns motores de busca já tentam fazer este tipo de pesquisa, "mas baseiam-se em 'adivinhar' essa informação, não sendo muito fiáveis em muito dos casos".

É por isso que a Web semântica irá ser um passo em frente: " O significado do conhecimento é explícito, o que permite aos motores de busca raciocinar sobre o conhecimento que estão a apresentar, como, por exemplo, sugerir empresas semelhantes ou mostrar automaticamente informação sobre empresas subsidiárias", diz. Este trabalho deu a Pedro Oliveira a oportunidade de estagiar numa empresa nos EUA, líder no sector de tecnologias relacionadas com a Web semântica. O Prémio Nacional de Trabalhos de Licenciatura em Inteligência Artificial, no valor simbólico de 250 euros, promove a investigação nesta área e ainda não tem data de entrega.